IPT: Embalagens para transporte e exportação é tema do bate-papo de hoje

Projeto para produtos hortifrutícolas feito por uma equipe do instituto ganhou prêmio este ano

ter, 23/03/2004 - 8h26 | Do Portal do Governo

O projeto de embalagens para produtos hortifrutícolas feito por uma equipe do IPT ganhou o Prêmio Embanews de Embalagens deste ano, no qual concorreram projetos de todo o Brasil. O projeto, encomendado ao IPT pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Paulo, traz inovação e racionalização para as embalagens de frutas e verduras, abordando aspectos como o seu melhor dimensionamento volumétrico, tipo de material e encaixe para transporte.

As embalagens seguem um padrão volumétrico de comercialização, o que facilitaria os padrões de preços por caixa dos produtos agrícolas. ‘Até aproximadamente um ano atrás havia um padrão volumétrico de caixas, que foi abolido pelo governo, o que tem causado diversos transtornos para o comércio no que diz respeito ao preço da caixa. É necessário que a Secretaria de Agricultura crie uma Norma para padronização das caixas’, afirmou o engenheiro Ernesto F. Pichler, chefe do Laboratório de Embalagens e Acondicionamento, no qual foi desenvolvido o projeto.

O dimensionamento das embalagens se adequa às dimensões do palete (espécie de plataforma onde se encaixam as caixas, que são construídas de forma a serem empilhadas) e, além disso, para facilitar o transporte de caixas vazias, uma caixa pode ser transportada dentro de duas outras. Ou seja, há todo o aproveitamento de espaço do caminhão, fazendo com que as caixas vazias que seriam carregadas, por exemplo, por três caminhões possam ser carregadas por apenas dois.

O projeto traz ainda o conceito de meio palete e o de mini palete. Um palete comum só pode ser carregado por empilhadeiras, e os meio e mini paletes podem ser carregados por carrinhos manuais, o que facilitaria bastante o trabalho dos carregadores nas feiras livres e mercadinhos.

Outro aspecto abordado pelos pesquisadores foi o tipo de material que constitui a embalagem. Caixas de madeira costumam apresentar contaminação fitosanitária, que é causada pela disseminação de fungos, como os de laranjas podres, por exemplo. Foram estudadas maneiras para atacar esse problema, como tratando-se a madeira com antifúngicos antes de cada reutilização. A caixa de madeira tem custo mais baixo que a de papelão, e, caso não seja reutilizada, pode ser descartada sem maiores prejuízos. Cada tipo de material apresenta vantagens e desvantagens e é apropriado para determinados usos. Caixas de plásticos têm alto custo e precisam ser reutilizadas, por isso só são viáveis para pequenas distâncias, pois para longas seu transporte de retorno torna-se muito caro.

O projeto traz um modelo de caixa mista, numa combinação dos materiais plástico e madeira. Ela possui a firmeza de sustentação externa da madeira e não traz riscos de fungos por ter seu interior de plástico. Os estudos feitos sobre materiais para embalagens envolvem outros laboratórios do IPT, que trabalham com tecnologia de materiais, como os laboratórios de Celulose, Metais e Plásticos.

O Laboratório de Embalagens existe há 31 anos. Os pesquisadores atendem a pedidos da indústria principalmente no que diz respeito ao controle de qualidade das embalagens, verificando se as mesmas seguem certas especificações, se são resistentes, corrigindo problemas, testando seu desempenho, ou ainda desenvolvem projetos e desenhos de embalagens. Muitas normas estabelecidas a partir de pesquisas realizadas pelo Laboratório foram adotadas pela NBR (Normas Técnicas Brasileiras).


Serviço
Bate-papo na próxima terça-feira, dia 23, das 11h às 11h50

Site – www.ipt.br/tecnologia/chat.

Caixas para produtos hortifrutícolas

Ernesto Freire Pichler – Pesquisador Chefe do Laboratório de Embalagem e Acondicionamento do IPT. Engenheiro Naval pela Escola Politécnica da USP, MSc em Embalagem pela Michigan State University, School of Packaging. Consultor da United Nations Industrial Development Organization (Viena) e do International Trade Centre (Geneva) com serviços realizados no México, Nicarágua, Guatemala, Moçambique, Indonésia, Cuba, Tailândia e Uganda.

Coordenador e co-autor das publicações do IPT sobre embalagem e acondicionamento. Ex-presidente do Sub-comitê de Embalagem e Acondicionamento e do Sub-comitê de Conteineres da ABNT. Recentemente, desenvolveu embalagem premiada pela revista Embanews, na categoria pesquisa.