IPT: Bioinseticida combate a dengue sem causar problemas ambientais

Novo produto é resultado de parceria entre o IPT, a empresa Bthek Biotecnologia, e a Embrapa

ter, 04/11/2003 - 9h37 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado (IPT) desenvolveu um bioinseticida capaz de combater o mosquito da dengue, Aedes aegypti, sem oferecer riscos ao meio ambiente. É biodegradável e tem como princípio ativo uma endotoxina produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis, predadora natural de diferentes insetos.

O novo produto é resultado de parceria entre o IPT, a empresa Bthek Biotecnologia, de Brasília, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). ‘A vantagem do bioinseticida é que tem uma ação específica em relação a um certo grupo de insetos, entre eles o mosquito causador da dengue e outros vetores de doenças. É diferente do inseticida comum, que pode atingir outros insetos, além da fauna e flora da região’ aponta Maria Filomena de Andrade Rodrigues, pesquisadora do Laboratório de Microbiologia Industrial do IPT.

A bactéria Bacillus thurigiensis produz uma endotoxina que, ao ser ingerida pela larva do inseto, causa danos no trato gastrointestinal, provocando sua morte. ‘É diferente dos inseticidas químicos, que atacam as formas adultas dos insetos’, afirma a pesquisadora. Para apresentar resultados positivos, os bioinseticidas devem ser aplicados, no caso da dengue, em águas paradas, onde o inseto prolifera.

Pastilhas, sachês, pó

No trabalho em parceria, o IPT desenvolveu o processo de fermentação e melhoramento da parte biotecnológica dos bioinseticidas e criou uma formulação líquida para o produto. Além disso assessorou a empresa Bthek Biotecnologia no desenho da planta industrial e de engenharia dos processos de produção. A Embrapa fez a avaliação da atividade biológica do produto em laboratório e a Bthek realizou os testes em campo.

Segundo a pesquisadora Maria Filomena, a Bthek está definindo a produção do bioinseticida em escala industrial: ‘A fabricação será em reatores de 10 mil litros e o objetivo é produzir de 300 a 500 toneladas anuais do produto’. O bioinseticida será comercializado na forma líquida e deve chegar ao mercado em 2004.

As regiões Norte e Nordeste serão as principais localidades do Brasil a se beneficiarem do produto, que será aplicado em locais abertos, como campos e lagoas. Para o uso em domicílios e em grandes centros, o produto ainda requer algumas modificações, como por exemplo sua forma de apresentação em pastilhas, sachês, pó ou gel.

SERVIÇO
Instituto de Pesquisas Tecnológicas – www.ipt.br/areas/dq/ab/lmi/
Correio eletrônico – filomena@ipt.br
Telefone: (11) 3767-4827

Da Assessoria de Imprensa do IPT
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)