Intercâmbio: Unesp traz alunos à Unicamp para aprender técnica circense

Proposta é estudar alguns tópicos da cultura popular

qua, 28/09/2005 - 19h26 | Do Portal do Governo

O professor de artes circenses e artes cênicas, Luiz Rodrigues Monteiro, é um cearense que sempre amou o circo. Aos 12 anos, começou seu aprendizado como palhaço e foi aos poucos dominando o conhecimento dos malabares, pirofagia, monociclo, perna-de-pau e equilíbrio. Mais tarde, tornou-se professor da Unicamp e ajudou a criar o Departamento de Artes Cênicas. Hoje, ele recebeu um grupo de 53 alunos de graduação da Unesp de Rio Claro para repassar-lhes, juntamente com monitores, as principais técnicas circenses. ‘A Unicamp é a única universidade a oferecer disciplinas de circo e danças brasileiras como parte do currículo obrigatório’, conta. ‘O circo resgata as atividades expressivas e espontâneas e por isso interessa não somente a leigos.’

A proposta do intercâmbio, que une o Instituto de Artes (IA) da Unicamp e o Laboratório de Estudos do Lazer (LEL) da Unesp pelo quarto ano consecutivo, é estudar alguns tópicos da cultura popular, como o circo. Mediante atividades com duração de 45 minutos cada, três oficinas foram ministradas hoje: a de malabarismo (na sala de circo), equilibrismo (perna-de-pau, monociclo, fio) e tecidos acrobáticos.

Para Marília Freire, mestranda do curso de Educação Física da Unesp e que faz no momento um estágio docente na sua universidade, a oportunidade de trazer alunos do segundo ano da graduação de Rio Claro demonstra o crescente interesse pelo circo. ‘Desenvolvemos na Unesp agora o projeto ‘O circo na escola’, que consiste na apresentação de palestras promovidas pelo LEL em empresas e em escolas. Já Viviane Dias, também mestranda da Unesp, que desenvolve uma tese sobre a participação de idosos nas atividades de aventuras, acredita que o circo fornece ricos modelos interdisciplinares e muita aventura.

Regras – Na sala de tecidos, um dos monitores explica duas regras básicas: ‘não vale ficar preso no tecido e não vale cair’. A seguir, explica a um grupo de 16 pessoas que o trabalho é feito em movimentos como os de corda, aberto e em folha. ‘Levantem o joelho. Abracem o tecido com a parte interna da coxa…’ E assim vai. Os alunos aprenderam de cara a ficar pendurados pelos pés.

Um fio semibambo aguardava do lado de fora outro grupo de alunos. ‘O fio rígido é mais estudado no Oriente’, relata Luiz. ‘Escolhemos o semibambo para que os alunos trabalhem mais os movimentos dos braços’, diz. Apesar do equilibrismo ser uma atividade perigosa, no circo é uma arte perfeita e repleta de ensino. ‘O aluno não vai direto para o fio. Passa antes por exercícios em uma prancha’, orienta Luiz, que vem pesquisando o circo brasileiro com a finalidade de complementar a formação dos futuros atores.

‘É importante aprender a conhecer o circo para então ir ao teatro. Com este aprendizado, o aluno aprende a enfrentar melhor situações de risco e a obter respostas interiores mais rapidamente’, esclarece Luiz. As oficinas acabam hoje, mas o intercâmbio continua, com novos alunos aprendendo o valor do circo e o gosto pela aventura.

Isabel Gardenal – Unicamp