Intercâmbio: Poli assina convênio com Ponts et Chaussées

Iniciativa faz parte do Programa de Duplo Diploma da Poli

seg, 09/12/2002 - 21h17 | Do Portal do Governo

A Escola Politécnica da USP (Poli) assinará nesta quarta-feira, dia 11, um convênio de cooperação com a mais antiga escola de engenharia do mundo, a francesa École Nationale des Ponts et Chaussées, fundada em 1747. A iniciativa faz parte do Programa de Duplo Diploma da Poli, que prevê o intercâmbio de alunos da unidade com diversas instituições do exterior.

Estudantes de engenharia brasileiros e franceses recebem das duas instituições diplomas de graduação reconhecidos em ambos os países. ‘Essa parceria significa uma ampliação das possibilidades de intercâmbio para nossos alunos’, afirma Adnei Melges de Andrade, presidente da Comissão de Cooperação Internacional da Poli e diretor do Departamento de Recursos Humanos da USP (DRH).

O Programa existe há dois anos e já estabeleceu parcerias com mais seis escolas: Écoles Centrales de Paris, Lille, Nantes e Lyon, École Nationale Supérieure de Chimie de Paris e École Polytechnique – essa última através de um convênio que inclui outras unidades da USP: os Institutos de Física (IF), Química (IQ) e de Matemática e Estatística (IME), em São Paulo, além da Escola de Engenharia (EESC) e os Institutos de Física (IFSC), Química (IQSC) e de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), em São Carlos. ‘Ao voltarem ao Brasil, os alunos de física, química, matemática, entre outros, obtêm o título de bacharel nessas áreas e são, na França, reconhecidos como ‘ingénieurs de la Polytechnique’, profissionais que possuem uma formação diferente da obtida pelos outros engenheiros’, explica Andrade.

Há cerca de 50 brasileiros cursando o duplo diploma na França, todos com bolsas concedidas pelo governo francês, fundações ou empresas. A Poli também mantém parcerias com instituições de ensino e pesquisa japonesas e norte-americanas para intercâmbio de bolsistas. ‘Estamos negociando parcerias com instituições da Itália e Alemanha’, conta Andrade.

Os alunos que se inscrevem para o Programa têm seu desempenho nas disciplinas submetidos a uma avaliação prestam uma série de exames. Os selecionados passam por um curso intensivo de francês criado pela Poli em parceria com o Centro de Línguas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e recebem uma bolsa. ‘Em breve, assim que estabelecermos as parcerias com entidades da Alemanha e da Itália, criaremos cursos para preparar nossos alunos no uso dos idiomas desses países’, afirma Andrade.

‘Nossa meta é permitir que, até o final de 2003, cerca de mil estudantes da Poli tenham acesso a esses cursos.’ Os alunos da Poli cursam os três primeiros anos no Brasil e os dois seguintes na França. Lá, no primeiro ano recebem uma formação mais generalizante e, no segundo, especializam-se, dedicando seis meses às disciplinas e mais seis a um estágio em empresas. De volta ao Brasil, cursam mais um ano, concluindo a graduação em seis anos – um a mais que no curso normal.

O processo é o mesmo para os estudantes franceses. ‘Foi essa característica, voltada para uma formação técnica mais ampla, com muita informação e prática que me fez decidir vir ao Brasil’, afirma Guilhem de Nucè de LaMothe, 25 anos, engenheiro de produção, primeiro aluno francês formado no Brasil pelo Programa de Duplo Diploma, originário da École Centrale de Lyon. ‘Quando cheguei aqui, fiquei impressionado com o alto nível das aulas dos professores e da bagagem de conhecimentos dos meus colegas brasileiros que, em uma cidade como São Paulo, contam com uma infinidade de empresas e problemas que permitem o aprendizado prático e a reflexão crítica sobre as possibilidades de solução’, diz.

Segundo Andrade, existe uma proposta da Comissão de Cooperação Internacional da USP para que dentro de três anos todas as unidades da Universidade estabeleçam convênios de intercâmbio centrados no ensino de graduação.

Mais informações: (11) 3091-5728, com o professor Adnei Melges de Andrade ou e-mail