Instituto Pasteur completa 100 anos

Data é comemorada com exposição e seminário internacional

ter, 05/08/2003 - 12h56 | Do Portal do Governo


Referência nacional em pesquisa e controle de raiva animal e humana, o Instituto Pasteur está completando 100 anos, nesta terça-feira, dia 5. Nesta manhã, o governador Geraldo Alckmin participou da abertura da exposição de fotografias, textos e documentos que mostra a trajetória da instituição e a vida e o trabalho do pesquisador francês que descobriu a vacina anti-rábica e deu nome ao Instituto.

A mostra poderá ser vista pela população de 6 de agosto a 8 de setembro, no Espaço Fiat, localizado na Avenida Paulista, 407, ao lado do Instituto. Alckmin também participou, no Hotel Crowne Plaza, da abertura do Seminário Internacional de Raiva, que reúne especialistas do Brasil, África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, França, México e Venezuela e vai até a próxima quinta-feira, dia 7.

Entre os temas estudados estão a Raiva Silvestre, em Herbívoros, Humana e Canina, e vacinas de uso humano produzidas em células Vero pelo Instituto Butantan, entre outros. “Nós, paulista, temos muitos orgulhos. Poucos tão justos como o dos nossos institutos de pesquisa. É uma instituição centenária e com enorme vigor”, afirmou.

O Instituto Pasteur foi criado em 1903, quinze anos depois do que foi criado na França por Louis Pasteur. Durante as comemorações do centenário, o governador lembrou que o Instituto é dedicado à questão da raiva humana, uma das poucas doenças com 100% de letalidade, após a manifestação dos sintomas. “Não há nenhum caso registrado na literatura médica de alguém que, depois de apresentar os sintomas da raiva humana, como hidrofobia, contratura muscular e todo aquele quadro trágico, que tenha sobrevivido”, explicou.

A raiva é transmitida por mamíferos. Alckmin enfatizou a necessidade da prevenção e destacou que agosto é o mês de vacinação de animais, como cão, gato, bovinos e eqüinos. “O vírus da raiva é transmitido pela saliva. O cachorro morde e transmite o vírus. Já o gato transmite a doença quando arranha, porque ele lambe a unha”, informou.

O governador também alertou a população para que procure imediatamente o serviço de saúde sempre que for mordida ou arranhada por um animal que não é conhecido ou que não foi vacinado contra a raiva. Dependendo do tipo de mordida, é necessário tomar ainda um soro anti-rábico. Ele lembrou que, atualmente, o paciente toma cinco doses da vacina no braço, e não mais 21 doses na barriga no sentido do relógio, como era feito anos atrás. “Hoje, quase todos os grandes municípios do Estado, e até municípios menores, já têm a vacina e as pessoas não precisam vir a São Paulo”, disse.

No Estado, não há registro de casos de raiva humana nos últimos dois anos. Em 2001, houve um, no município de Dracena. Outros casos foram registrados em 1997. “Passamos quatro anos sem casos de raiva humana. Em 2001, tivemos um, transmitido por gato. E, de lá para cá, nenhum caso”, observou Alckmin.

No Brasil, foi registrada entre 1993 e 2000, uma média anual de 25 mortes por raiva humana. Em 2001, esse número caiu para 21 e, no ano passado, para 10. De janeiro a junho deste ano, a doença matou 10 pessoas em todo o País.

Cíntia Cury