Instituto de Zootecnia testa capim que pode deixar carne e leite mais saborosos

Instituto de Zootecnia faz estudos para que produtor brasileiro possa utilizar híbrido mais resistente

sáb, 12/03/2005 - 19h11 | Do Portal do Governo


Um variedade de capim pode ajudar a deixar mais saborosos o leite e a carne que os brasileiros consomem. Técnicos do Instituto de Zootecnia (IZ), órgão da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, trabalham para permitir a implantação do chamado pasto “mulato”, que também é mais resistente que os tipos atualmente utilizados.

O pasto “mulato” é uma variedade de “Brachiaria” híbrida comercial do mundo. Esta mistura de espécies é desenvolvida desde 1988 pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) da Colômbia e pelo Grupo Papalotla, empresa mexicana responsável pelo lançamento da variedade no Brasil. Segundo as empresas, que vendem o produto no México, na América Central e no Caribe, esse novo tipo de híbrido resiste a queimadas, secas e tolera a cigarrinha-das-pastagens, além de produzir forragem durante todo o ano.

Mas o novo capim também traz vantagens para o consumidor. Segundo os produtores, após ser ingerido pelo gado, o leite tem um ganho de qualidade e a carne fica mais saborosa, com mais proteínas, propiciando melhor digestão.

Para ser comercializada em território nacional, a pastagem produzida por empresas estrangeiras precisa de autorização do Ministério da Agricultura, que qualifica institutos de pesquisa, como o IZ. Estes institutos realizam diversos testes, conforme a Lei de Proteção de Cultivares, que determina a certificação e registro do produto. A partir daí, a empresa faz a patente do capim para ter exclusividade.

Segundo o diretor do Instituto de Zootecnia, Paulo Bardauil Alcântara, as vantagens serão avaliadas e comprovadas pelo IZ por meio de análises feitas em laboratórios e no campo. ‘São feitos testes de análise botânica, fisiologia vegetal, sementes, DNA e também ensaios de vaso, aceitabilidade por parte do animal, pisoteio, produção e ganho de peso do gado”.

Ele explica que os testes, que estão no estágio de aceitabilidade em uma fazenda em Andradina, devem terminar no final de 2006. ‘Os resultados tem sido bastante satisfatórios’. Mas ele alerta que a baixa produção de sementes gera um preço ainda alto. ‘São produzidas poucas sementes devido ao número de cromossomos diferenciados’.

O pesquisador do instituto Waldssimiller Mattos esclarece que a certificação final é dada ou não à empresa somente após a fase de aceitabilidade e constatação de melhoria do desempenho animal, melhor acabamento (pelagem), peso e qualidade da carne.
Esses testes também estão sendo feitos em outros locais, que recebem as sementes gratuitamente da empresa produtora, como é o caso da Fazenda Água Milagrosa, em Tabapuã, interior de São Paulo.

Carlos Prado