Instituto Biológico testa solarização, técnica que reduz uso de pesticida

Semear em terra limpa e coberta por plástico resulta em produção maior de alface e cenoura

seg, 18/02/2002 - 12h01 | Do Portal do Governo


Canteiro de cenouras, feito em terra tratada que foi coberta por plástico por um tempo, resulta em produto maior e de mais qualidade, dispensando boa parte do pesticida normalmente aplicado. O mesmo resultado positivo foi obtido em plantações de alface em pesquisas feitas por técnicos do Instituto Biológico, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que aplicaram uma nova técnica, chamada de solarização, em culturas de duas cidades do interior paulista, Mogi e Piracicaba.

Uma das principais vantagens da solarização é baixar o risco de contaminação agrotóxica, pelo menor uso de produtos químicos. Basicamente, solarização é um preparo do solo diferente do tradicional. Primeiro, faz-se a desinfestação da terra, por meio do controle de doenças, pragas e ervas daninhas. Depois de limpo e umedecido o solo, faz-se o plantio, sob cobertura de um filme plástico transparente, mantido durante a época mais quente do ano, durante cerca de 60 dias.

Quem faz solarização do solo ganha mais e gasta menos, revela a experiência comparada, feita pelos técnicos do IB, em culturas de dois sítios vizinhos na cidade de Piracicaba. Na área de cultivo tradicional de cenoura, sem trato, foi colhida 1,2 tonelada/hectare, sendo 13% de primeira qualidade. Na área onde se aplicou a solarização (e adubo de cama de frango), foram colhidas 7,6 toneladas/hectare, 73% delas classificadas como de primeira.

A experiência de solarização na cultura da alface foi feita durante três verões, em Mogi das Cruzes, a partir de 1997, em projeto financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e conduzido por pesquisadores do Instituto Biológico, da Embrapa e da Esalq. Neste caso, a solarização também reduziu o tempo de repouso entre um plantio e outro, permitindo três semeaduras/ano, com o que se aumentou a produção, além de baixar os custos em até 40%, pois foi possível eliminar uma aplicação de herbicida e cinco de fungicidas.

Mais informações:
Instituto Biológico, pesquisadora Flávia Patrício (19) 3252 1657

Cecília Zione