Inovação: Aparelho de respiração bucal atende crianças com até 12 anos de idade

O atendimento é feito no Hospital das Clínicas da Unicamp

qui, 28/08/2003 - 10h44 | Do Portal do Governo

Do Portal da Fapesp
Por Isabel Gardenal

O Hospital das Clínicas da Unicamp inaugurou na última quarta-feira, dia 27, um Centro do Respirador Bucal. É o segundo do Estado de São Paulo. A unidade entra em operação, no 2º andar do hospital, na disciplina de Otorrino, já atendendo crianças com idade até 12 anos. Seguindo o projeto original, implantado na Unifesp, a Universidade deverá dirigir suas ações para a prevenção do problema, antes que o paciente apresente alterações faciais que o impeçam de respirar pelo nariz.

É o que garante a otorrinolaringologista Eulália Sakano, responsável pela área de rinologia do HC. “Prevenindo este mau hábito, será possível evitar tratamentos prolongados e caros para a instituição.”

Trinta por cento da população com alergia tem rinite, que pode levar à obstrução nasal e a implicações no céu da boca, nos dentes, na fala, na deglutição, além de uma maior incidência de gripes, sinusites, otites e crises de asma. “O ser humano nasceu para respirar pelo nariz, não pela boca. Respirar pela boca é apenas uma adaptação”, explica o médico Luc Weckx, da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia. “É lamentável que o respirador bucal, ou oral, seja impedido de usar o próprio nariz.”

A nova unidade é resultado de uma parceria entre a Unicamp e a Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough. O trabalho assistencial parte de um esforço de uma equipe multidisciplinar, formada por otorrinolaringologistas, ortodentistas, fonoterapeutas, alergistas e fisioterapeutas, que trabalhará voluntariamente para prestar o atendimento.

“O objetivo do centro é congregar profissionais em uma estrutura terciária que privilegie, não só a assistência e o ensino, mas a pesquisa, contando com o apoio também da iniciativa privada”, diz o otorrinolaringologista Agrício Nubiato Crespo.

O projeto Respirador Bucal, lançado primeiramente em 2001, também já foi instituído em Porto Alegre, Minas Gerais, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Goiânia, totalizando sete centros. O centro na Unicamp se destinará a realizar o diagnóstico e o tratamento da síndrome do respirador bucal (no momento medicamentoso ou cirúrgico). Na terapêutica, os pacientes, geralmente encminhados pelo Departamento de Pediatria, realizarão exercícios respiratórios por vezes muito simples, como soprar uma bexiga, por exemplo.

Mais informações podem ser obtidas no site www.fapesp.br

V.C.