Informática: Poli busca mais rapidez em conexões de Internet 2

USP terá a colaboração de universidades norte-americanas

ter, 11/02/2003 - 19h51 | Do Portal do Governo

A USP, juntamente com universidades dos EUA, realiza experiências no sentido de aumentar a velocidade e a qualidade na transmissão de dados, voz e imagens.

Três experiências conduzidas pela Escola Politécnica (Poli) da USP, com a colaboração de universidades norte-americanas, contribuirão para o aperfeiçoamento técnico da Internet 2, rede de computadores destinada a atividades de pesquisa. Capaz de transmitir dados, voz e vídeo com mais qualidade e rapidez, o desenvolvimento da rede trará avanços nas áreas de telemedicina e educação à distância.

A professora Tereza Cristina Carvalho, diretora do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (LARC), relata que a Caverna Virtual da Poli será interligada com um equipamento similar existente na Universidade de Illinois, tentando reduzir pela metade o atraso na transmissão de dados. Transmissões de vídeo digital da Universidade de Washington, em Seattle, também serão realizadas. Além disso, está prevista a troca de imagens médicas entre o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) e a Universidade de Columbia.

Segundo Tereza Cristina, a colaboração internacional foi definida na última reunião internacional da Internet 2 em outubro de 2002. Os resultados dessas experiências deverão ser apresentados em abril, na próxima reunião da rede, coordenada pelo consórcio Internet 2, composto por 200 universidades de todo mundo, indústria e governo, e estabelecida nos Estados Unidos (www.internet2.edu).

Velocidade e Qualidade

A professora explica que a Internet 2 se distingue da rede convencional por sua destinação à pesquisa e pela maior velocidade e qualidade na transmissão de dados, vídeo e voz. ‘Na conexão pela Internet 1, a rede não diferencia essas informações e o uso de cabos de cobre, principalmente na última milha, devido à sua frequência de onda, limita o tráfego e provoca perda de dados’, relata. ‘Existem casos que é necessária uma transmissão de alta confiabilidade e sem perdas, como numa tomografia enviada para diagnóstico médico e, no caso de audios e vídeos, com baixo atraso’.

Na Internet 2, além do uso da fibra ótica, que evita a perda de dados, as informações transmitidas são divididas em pacotes. ‘Dados, voz e vídeos são identificados por meio de etiquetas, ou labels’, diz Tereza Cristina. ‘Os equipamentos de rede lêem essas etiquetas e estabelecem prioridades de envio, aumentando o volume e a rapidez das transmissões’. No Brasil, a Internet 2 começou a ser implantada pelo CNPq em 1998, e a Poli, através do LARC, coordenou a implantação e o desenvolvimento técnico da rede na cidade de São Paulo, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Tereza Cristina relata que a Poli integra o programa Tidia da Fapesp, composto por três grandes grupos: o de ‘e-learning’, a incubadora de conteúdo e o ‘test-bed’ – o experimento de uma rede totalmente ótica, evitando perda de velocidade na conversão dos sinais óticos em sinais elétricos. ‘Embora a Internet 2 seja uma rede diferenciada, os avanços obtidos deverão ser incorporados gradativamente à rede convencional’, diz a professora. ‘A tendência é que a rede comum também ganhe em rapidez e confiabilidade, e reduza a perda de dados’.

Na USP estão ligadas à Internet 2, a Administração e o Departamento de Engenharia Elétrica da Poli, o Centro de Computação Eletrônica (CCE) e o InCor. A rede deverá ser expandida com a interligação do IAG e da Escola do Futuro. Fapesp, Escola Paulista de Medicina, a PUC, NET (operadora de TV a Cabo) e Telefônica integram a Internet 2 em São Paulo.
Mais informações: (11) 3091-5261, com Tereza Cristina Carvalho

Júlio Bernardes – Agência USP