Inclusão Digital: População de Pracinha aprova chegada do Infocentro

Um dos benefícios proporcionados foi a facilidade para se comunicar com parentes distantes

seg, 26/05/2003 - 14h10 | Do Portal do Governo

Do Programa Acessa São Paulo


Para os moradores de Pracinha, na região oeste do estado de São Paulo, as novidades do mundo tecnológico eram algo distante. A cidade não possui agência bancária e parte da população não possui nem aparelho de TV. O transporte intermunicipal tem poucos horários durante o dia. A maioria da população nunca tinha usado um computador e nem imaginava como era a internet, mas hoje as coisas estão diferentes.

Mesmo com a limitação de recursos tecnológicos, os habitantes tocam a vida adiante e, com força de vontade, atingem seus objetivos. O estudo não é deixado de lado e muitos se deslocam para cidades maiores, como Adamantina, para realizar cursos de especialização ou cursar uma faculdade. Para complementar os estudos, o computador é hoje uma ferramenta quase imprescindível e a internet, uma fonte valiosa de informação. Para ter acesso a essas tecnologias, até bem pouco tempo, os moradores de Pracinha precisavam recorrer à uma cidade vizinha – Lucélia – onde funciona um Infocentro Municipal.

A monitora Sarita Alves Polezel sempre recebeu muito bem os usuários da cidade vizinha, que, apesar de levarem um bom tempo para chegar até o Infocentro, eram uma presença constante. No entanto, em novembro do ano passado algo se modificou. ‘De uma hora para outra os usuários vindos de Pracinha sumiram, achei estranho, não apareceram mais’, comenta Sarita. Esse ‘sumiço’ tinha um motivo. Em 14 de novembro de 2002, a cidade de Pracinha ganhou um aliado contra a exclusão tecnológica, sobretudo digital, com a inauguração do Infocentro Municipal de Pracinha, implantado pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado, por meio do Programa Acessa São Paulo.

População aprovou a novidade

A novidade foi rapidamente assimilada. ‘Muita gente nunca tinha visto um computador’, comenta Bruno, monitor do Infocentro de Pracinha. ‘Alguns perguntaram se era televisão’, lembra. Hoje o Infocentro faz cerca de dez novos cadastros semanais, atende 28 usuários por dia, contabilizando 140 acessos semanais. Aqueles para quem o computador era um perfeito estranho, foram aos poucos assimilando as instruções dos monitores. Outros, já familiarizados com a máquina, passaram a ensinar os amigos: ‘Eles vêm, sentam juntos, assim têm mais tempo e quem sabe mais ensina o outro’, explica Bruno.

O tempo do Infocentro ganhou uma divisão natural. A parte da manhã é tomada pelas crianças e adolescentes. No período da tarde esse grupo está em aula, então o acesso é feito por um público adulto, que vai desde universitários até pessoas da terceira idade. Outro público que freqüenta o Infocentro é o dos oficiais que trabalham na penitenciária instalada na cidade.

Jovens que nunca tinha utilizado um computador agora freqüentam o Infocentro todos os dias. Eles navegam na internet sem problema: utilizam serviços de bate-papo, capturam músicas e jogos, e fazem pesquisa para trabalhos escolares. Os adultos se utilizam serviços bancários, enviam currículos profissionais, trabalhos acadêmicos, etc. Enfim, os usuários aprenderam rapidamente a se beneficiar dos recursos disponíveis na rede mundial.

Outro grande benefício proporcionado pelo Infocentro foi a comunicação dos habitantes de Pracinha com parentes distantes. Devido à carência de recursos do município, muitos habitantes acabam procurando oportunidades de estudo e trabalho em cidades distantes, deixando seus familiares, hoje boa parte da comunicação entre esses parentes é feita por e-mail.

A chegada do Programa Acessa São Paulo em Pracinha significou uma verdadeira revolução no município. Em resposta, o número de usuários do Infocentro aumenta a cada dia e já representa 10% da população.

(LRK)