Imprensa: III Conferência Mundial de Jornalistas Científicos

Evento está sendo realizado em São José dos Campos

seg, 25/11/2002 - 18h32 | Do Portal do Governo

Jornalistas reunidos na III Conferência Mundial de Jornalistas Científicos, em São José dos Campos, defendem o desenvolvimento do senso crítico para aumentar o interesse popular por assuntos científicos. -(Foto Eduardo César)Jornalistas científicos de diversas partes do mundo estiveram reunidos esta manhã na abertura da III Conferência Mundial de Jornalistas Científicos, na Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos (SP). O evento, que vai até quarta-feira, é promovido pela Associação Internacional de Escritores de Ciência (ISWA), com apoio da Unesco, FAPESP, CNPq e MCT.

‘A Alfabetização Científica no Século XXI’ foi o tema da primeira palestra. Glaci Zancan, da SBPC, alertou para o preocupante desinteresse dos jovens em assuntos relacionados à ciência e tecnologia. Segundo ela, é preciso ‘aproximar a ciência da arte’ para fazer com que se torne mais acessível e interessante ao público em geral.

Kenji Makino, da Associação Japonesa de Jornalistas Científicos e Tecnológicos, contou para uma platéia com cerca de 150 pessoas que o desinteresse também é considerado preocupante no Japão e que a culpa não é dos leitores. ‘A falha de uma alfabetização científica adequada é dos próprios jornalistas e cientistas e cabe a eles reverter a situação’, disse.

Para Carlos Vogt, presidente da FAPESP, o problema não é apenas a falta de alfabetização científica. ‘É preciso levantar questões que despertem na sociedade um sentido crítico que leve ao conhecimento da ciência’, disse na segunda conferência do dia, cujo tema foi ‘Jornalismo Científico, Educação e Cidadania’.

O desenvolvimento de um senso crítico também foi defendida por Wolfgang Goede, editor da revista alemã P.M., especializada em ciência e tecnologia. Segundo ele, isso reduziria a concentração do poder do conhecimento nas mãos da mídia e dos cientistas. Goede citou uma pesquisa que verificou que 63% dos europeus acredita que os cientistas detêm muito poder. ‘É nosso dever democratizar o conhecimento’, disse.

Matéria da Revista Fapesp.