‘Ilha Rá-Tim-Bum – o Martelo de Vulcano’ tem pré-estréia no Palácio dos Bandeirantes

Evento possibiliou a 400 crianças carentes assistirem pela primeira vez uma exibição cinematográfica

sáb, 27/09/2003 - 12h51 | Do Portal do Governo


A presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria Lúcia Alckmin, participou da sessão, que possibiliou a 400 crianças carentes assistirem pela primeira vez uma exibição cinematográfica

Hoje o Palácio dos Bandeirantes teve sua rotina alterada. Crianças movimentando-se pelos corredores, de mãos dadas com seus pais para pegar um sorvete e um refrigerante, enquanto aguardavam o início da pré-estréia do filme Ilha Rá tim Bum – O Martelo de Vulcano. Para muitas, era a primeira vez que assistiam a uma sessão de cinema. A iniciativa foi do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), que neste sábado, dia 27, abriu as portas do Palácio para cerca de 400 crianças carentes, entre 6 e 11 anos, moradoras da favela de Real Parque, filhos de integrantes das Frentes de Trabalho, internos da Febem e estudantes de escolas estaduais.

“Ilha Rá-tim-bum – O Martelo de Vulcano”, uma co-produção entre Moonshot Pictures, Warner e TV Cultura, tem estréia confirmada para o dia 10 de outubro, na Semana da Criança, e leva aos cinemas a marca conhecida do público infantil no seriado televisivo em versão revista e inédita

A presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin, deu as boas vindas aos convidados, que lotaram o auditório Ulysses Guimarães, entre eles, empresários e secretários de Governo com seus filhos e netos. A eles foi sugerido como ingresso para a sessão a entrega de um pacote de farinha para abastecer as Padarias Artesanais.

Inquieta até começar o filme, Raíssa dos Santos, 6 anos, não desgrudou os olhos da tela. Acompanhada por sua mãe Antonieta dos Santos, esta foi a primeira vez que ela assistiu a um filme pela tela grande. “É muito legal. Diferente da televisão”, disse e menina que nunca foi a um cinema. Separada do marido, sua mãe comentou que não sobra dinheiro para este tipo de “extravagância”. “Se não fosse de graça eu não teria vindo. O que ganho como coméstica não dá para dar este tipo de conforto para minha filha”, revelou Antonieta que ganha R$ 350,00 por mês e mora na favela Real Parque.

Promover a solidariedade, educação e cultura. Estas são as vertentes que permeiam o trabalho do Fussesp, no intuito de poder colaborar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, principalmente as mais carentes. “Foi pensando nelas que proporcionamos este dia de magia, através do filme, para levarmos um pouco de sonho “, disse a presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin.

“ O Palácio é a casa do povo e é muito bom poder possibilitar a estas crianças assistirem a um filme educativo como este”, declarou.

Maria Lúcia ressaltou ainda a participação da iniciativa privada, por meio da Associação Nacional do Sorvete que no dia de hoje está distribuindo três mil sorvetes, no Palácio, e 12 mil em cinco unidades da Febem. Entidades empresariais também colaboram nas Padarias Artesanais, que vem ajudando milhares de mães de famílias a aumentarem sua renda com a venda de pães caseiros. “São 3.500 padarias espalhadas pelo Estado. E agora estamos lançando as padarias nas escolas nos finais de semana, dentro do projeto Escola da Família, para aproximar os pais dos filhos e ajudar a aumentar sua renda familiar”, afirmou.

Palácio reformulado

Para a pré-estréia deste sábado, o saguão do Palácio foi “repaginado” para receber os cenários utilizados na produção de “O Martelo de Vulcano”. Os convidados viram o Jardim de Pedras, onde acontece uma das mais importantes seqüências da história, e conheceram de perto a central de controle da Torre do Nefasto – vilão da ilha. Isso, sem contar a exposição com os figurinos utilizados no longa-metragem.

Os cenários foram refeitos em tamanho real, como os utilizados durante as filmagens, e um sistema de iluminação especial que deu aos convidados a sensação de realmente estarem na ilha mágica retratada na tela. Toda a cenografia ficou a cargo da equipe da Cultura, reconhecida por seus trabalhos de qualidade e veracidade e que costumam encantar quem tem a oportunidade de conhecê-los. Após a exibição deste sábado, o cenário deixa o Palácio, no bairro do Morumbi, e aporta no shopping Anália Franco, na Zona Leste de cidade, onde poderá ser visitado pelo público.

O filme

A série “Ilha Rá-tim-bum” virou filme em uma co-produção entre a produtora Moonshot Pictures, a TV Cultura e a Warner Bros Inc. “O Martelo de Vulcano”, nome escolhido para o longa-metragem com direção de Eliana Fonseca, foi filmado em sistema digital de Alta Definição (HD).

A produção tem uma história original e várias novidades em relação ao seriado, entre elas a atriz Bárbara Paz, que faz a personagem Polca, uma libélula-mulher do núcleo dos vilões. ‘É um filme de ação, que vai agradar aos fãs de carteirinha do seriado e divertir aqueles que nunca o assistiram’, afirma Eliana.

Toda a cenografia foi reconcebida para gerar mais realismo na tela grande, incluindo um maior detalhamento do cenário e a caracterização dos personagens. A maquiagem do vilão Nefasto, por exemplo, ganhou contornos que ressaltam seu caráter maligno, e que não existiam na TV. “Hitchcock costumava dizer que seus melhores filmes são os que têm melhores vilões. Nefasto tem uma expressão que vai além do seu discurso ou das ações, é uma sofisticação do que se viu no seriado da TV”, diz Roberto d’Avila, produtor do filme.

Além disso, ‘O Martelo de Vulcano’ é a obra cinematográfica brasileira com a maior quantidade de efeitos especiais já feita. Aproximadamente um terço do filme apresenta efeitos de composição, matte painting, animação em computação gráfica 3D, cenários gerados por computador, efeitos mecânicos, interação entre personagens digitais e live action. O longa apresentará o primeiro personagem 100% virtual criado no País: em uma das seqüências, uma árvore cujas raízes e galhos têm as cores e formas de uma cobra-coral literalmente ganha vida e captura o personagem Micróbio.

Sinopse

Cinco jovens estão perdidos numa ilha desconhecida. Lá, reina o vilão Nefasto (uma bactéria com tamanho de um ser humano adulto criada num acidente científico). Nefasto, ajudado por seus assistentes Zabumba (um zangão-homem) e Polca (uma libélula-mulher), fará de tudo para tomar posse do objeto mágico que o tornará o todo poderoso – O Martelo de Vulcano.

As Padarias Artesanais

Criado em agosto de 2002 como uma das primeiras iniciativas de geração de renda, emprego e capacitação profissional, o Programa Padarias Artesanais, do Fundo Social de Solidariedade (Fussesp) tem alcançado metas acima da expectativa. A iniciativa consiste na distribuição de kits compostos de forno de inox, batedeira, liqüidificador, balança e assadeiras doados pela iniciativa privada, ao custo de aproximadamente R$ 700,00 cada um.

Até o momento, já foram repassados mais de 3.400 Kits para cerca de 1.700 entidades sociais cadastradas no Fussesp na Capital e nos 645 municípios do Interior, por intermédio dos Fundos Municipais de Solidariedade. Ainda foram treinados cerca de seis mil agentes multiplicadortes, por técnicos da Secretaria da Agricultura, que repassam técnicas de utilização de insumos nutritivos, noções de higiene, educação, saúde e cidadania.

O próximo passo do programa é implantar as Padarias Artesanais em todas as escolas do programa Escola da Família, que permanecem abertas nos fins de semana. Inicialmente, o projeto estará em 400 escolas. Posteriormente, o objetivo é colocá-lo em aproximadamente seis mil escolas do Interior e Capital. A idéia é aproximar a comunidade das escolas, evitando a violência e as drogas. Nos fins de semana, a comunidade participa e, durante a semana, os pães serão aproveitados nas merendas escolares.

Moonshot Pictures

Dirigida por Patrick Siaretta e pelo produtor Roberto d’Avila, a empresa é um braço da TeleImage (co-produtora, entre outros, do sucesso ‘Deus É Brasileiro’, de Cacá Diegues). Voltada à produção e distribuição de filmes, telefilmes, séries e animações, a Moonshot Pictures já tem mais de 20 obras em seu currículo, entre elas os longas ‘Os Xeretas’ (Brasil/2000), ‘Flying Virus’ (EUA/ 2001) e ‘Querido Estranho’ (Brasil/ 2002).

Valéria Cintra