Habitação: Sorteados 316 apartamentos da CDHU entre as famílias da Favela Paraguai

Estado também transferirá, até meados de agosto, moradores das favelas da Paz e do Viaduto Grande São Paulo

qua, 16/07/2003 - 12h18 | Do Portal do Governo

Da Superintendência de Comunicação Social da CDHU


A Secretaria de Estado da Habitação, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), realizou ontem à tarde o sorteio dos primeiros 316 apartamentos do empreendimento no Iguatemi entre os moradores da Favela Paraguai, na Vila Prudente, Zona Leste da Capital. O evento, realizado na própria favela, deu início ao processo de remoção das famílias, definindo em qual apartamento cada uma irá morar. A mudança será feita na próxima semana, entre os dias 22 e 25 de julho.

As famílias compareceram em peso ao sorteio e estão na expectativa da mudança, como é o caso da dona Maria Ciriaco Oliveira Veloso, de 42 anos. Ela morou durante cinco anos com o marido e os cinco filhos na área sob o Viaduto Grande São Paulo (ao lado da Favela Paraguai) e há cinco anos vendeu o barraco velho e construiu um outro na favela Paraguai.

A renda mensal da família é de R$ 200,00 e vem do trabalho de coleta e venda de papelão. Ela adorou a idéia de mudar para um apartamento e, desde que conheceu o empreendimento Iguatemi, não pensa em outra coisa. ‘Vou deixar de morar no barraco cheio de ratos e vou para um lugar bom e lindo’, disse.

Ela conta que já comprou os armários e outros móveis para a casa nova e espera ansiosa o dia da mudança. A partir da próxima semana, a família de dona Maria terá um novo endereço: o apartamento 32 do bloco D do empreendimento Iguatemi A, também na Zona Leste.

Os apartamentos do Iguatemi têm 42 metros quadrados de área útil, com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Os imóveis ficam na Avenida Racheb Chahfi e, durante os seis primeiros meses, nenhum dos moradores pagarão prestações à CDHU. Após esse período, quem tiver renda familiar mensal de um salário mínimo, pagará R$ 36,00 por mês. O valor é bem mais baixo do que o cobrado pelo aluguel de um barraco na favela, que gira em torno de R$ 60,00.

Para garantir a subsistência de 30% das famílias (cerca de 240 famílias), que sobrevivem como catadores de materiais recicláveis, o Governo irá criar um Núcleo de Processamento e Tratamento desses materiais para aos carrinheiros. Este núcleo será feito no Viaduto Pacheco Chaves, na Vila Prudente. A Sabesp irá cercar o local e a prefeitura fornecerá o maquinário para separar, pesar e prensar esses materiais. O local também servirá de abrigo para os carrinhos e a Sabesp irá conceder vale-transporte, durante seis meses, para que os carrinheiros possam ir do Iguatemi à Vila Prudente.

Próximas etapas – Além da transferência dos moradores da Favela Paraguai, a CDHU também está oferecendo atendimento habitacional às famílias das favela da Paz e do Viaduto Grande São Paulo, beneficiando cerca de 850 famílias, que também serão transferidas para o Iguatemi. No dia 24 de julho, será o sorteio dos apartamentos das famílias da Favela da Paz e, no dia 25, o das famílias do Viaduto. Todas serão transferidas até meados de agosto.

Segundo o secretário de Estado da Habitação e presidente da CDHU, Barjas Negri, trata-se de uma grande mobilização, envolvendo vários órgãos do Governo do Estado, como a Sabesp, a Cetesb, e as secretarias do Meio Ambiente e de Energia e Recursos Hídricos, além da prefeitura, para retirar essas famílias da área de risco.

Isto porque o subsolo do terreno, que abriga as Favelas Paraguai e da Paz, está contaminado. O local foi usado como lixão industrial até ser comprado pela Sabesp, em 1980. ‘Agora, o mais importante, é remover todas as famílias do local para que os trabalhos de descontaminação possam ser iniciados’, disse Negri.

Segundo ele, embora esta contaminação não apresente riscos iminentes à saúde ou vida dos moradores, o Estado optou por fazer uma atuação preventiva e transferir os moradores para um local mais seguro, com condições salubres e de moradias mais adequadas.

Morro da Lua – O secretário lembrou, ainda, um trabalho semelhante realizado em maio deste ano pela CDHU, em parceira com a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), na Favela Morro da Lua, no bairro Campo Limpo, na Zona Sul da Capital.

O local, onde moravam 295 famílias, era considerado de grande risco, pois sobre os barracos havia uma linha de transmissão de energia e, embaixo, um duto da Petrobras, além de o terreno ser muito acidentado.
As famílias foram removidas e levadas para casa de parentes. Algumas optaram por voltar aos seus Estados de origem. Assim como as residentes no Complexo da Favela Paraguai, até meados de agosto, elas também irão para empreendimentos da CDHU, das quais 205 para o Iguatemi e 90 para o Capão Redondo, na Zona Sul.

(LRK)