Habitação: Pró-Lar da CDHU ajuda mais famílias a trocar favelas por novas moradias

Ao todo, 417 famílias foram transferidas em dezembro para conjuntos habitacionais

sáb, 08/01/2005 - 21h22 | Do Portal do Governo

Ao todo, 417 famílias foram transferidas em dezembro para conjuntos habitacionais. Iniciativa faz parte de programa que visa a erradicar moradias em áreas de risco

As 349 famílias que viviam em condições precárias na Favela Nassau, localizada na Avenida Raimundo Pereira Magalhães, no 4.001, em Pirituba, receberam novas moradias por meio do Programa Pró-Lar Atuação em Favelas e Áreas de Risco, desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano-CDHU. Construídos num conjunto habitacional distante apenas três quilômetros das antigas moradias, os apartamentos têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, com área total de 44,73 m2 ou 45,46 m2. O investimento no empreendimento foi da ordem de R$ 12,8 milhões.

A mudança de aproximadamente 1,8 mil pessoas contou com o trabalho de logística da empresa Urbaniza Engenharia, que mobilizou 200 profissionais, entre técnicos, coordenadores sociais, motoristas e ajudantes de mudança, para que o deslocamento pudesse ser realizado com conforto. Foram fornecidos caminhões-baú, embalagens e caixas para o transporte dos objetos e móveis e dois mil lanches para a realização da remoção, que levou seis dias. Cerca de 75 famílias foram transportadas por dia. Segundo a diretora social da Urbaniza, Clara Waidergorn, “os moradores foram previamente preparados para a mudança”.

Há cinco anos a Autoban (concessionária que administra a Rodovia dos Bandeirantes) firmou contrato com a Urbaniza para o gerenciamento social das favelas localizadas na sua faixa de domínio. Desde então, a empresa criou na Favela Nassau e em outra vizinha a ela, a Anastácio, programas de geração de renda, campanhas de conscientização para evitar invasões, de controle da demanda e contra doenças como Aids e dengue, além do cadastramento das famílias. “Urbanizar significa incorporar à engenharia mecanismos que emolduram as condições de vida das famílias e que possam converter a cidade dos excluídos na cidade dos cidadãos”, avalia Clara.

Em março, houve a erradicação da Favela Anastácio, com a transferência de 145 famílias para o conjunto Pirituba B, ao lado do conjunto Jaraguá I, onde foram alojadas 140 famílias da Nassau.
O empreendimento de destino da maior parte da comunidade (200 famílias) foi o City Jaraguá, em Pirituba. Apenas oito famílias foram assentadas em outras regiões, sendo quatro no Jardim São Luiz A 4, zona sul, e quatro no Iguatemi D, zona leste, de forma a atender às necessidades das pessoas quanto à proximidade de seus empregos e também de familiares.

Parceria – Segundo estabelece o Pró-Lar, durante os seis primeiros meses nenhum morador pagará prestações dos imóveis. Após esse período, quem tiver renda familiar mensal de um salário mínimo pagará R$ 39,00 por mês à Companhia e todos contarão com carência de dois meses nas contas de água e luz. A CDHU também fará o trabalho social e de convivência condominial com os moradores.
Depois de desocupados, os barracos foram demolidos e, no local, será reconstruído o muro que delimita a faixa de domínio da Rodovia dos Bandeirantes. Como 70% dos terrenos pertenciam à Prefeitura (só 30% estavam em área da Autoban), esta deverá cuidar da urbanização do restante.

Um dos empreendimentos destinados às famílias foi construído pela Prefeitura de São Paulo, de acordo com uma parceria firmada com a municipalidade. Segundo o acordo, a CDHU atenderia famílias da Favela Jardim Primavera, zona leste da capital, que estavam assentadas em faixa de obra do Córrego Taboão. Ao todo, 200 famílias foram transferidas para o conjunto Iguatemi D, construído pela companhia. Em contrapartida, a prefeitura cedeu 200 moradias do empreendimento City Jaraguá para o CDHU, que acabaram sendo utilizadas para atender os moradores da Favela Nassau.

Cocho Velho e Popuca – Em Guarulhos, moradores das favelas Cocho Velho e Popuca também mudaram de endereço por meio do programa. Parte deles, inclusive, estava residindo em alojamento provisório da Prefeitura do Município, devido às condições das habitações. As 73 famílias que pertencem às duas comunidades estão sendo transferidas para o Conjunto Habitacional Guarulhos K/L, localizado na estrada do elenco, s/no, no Parque Santos Dumond, para morar em apartamentos com dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. O novo endereço conta com Centro de Apoio ao Condomínio (CAC), playground e infra-estrutura completa, que abrange redes de água e esgoto e energia elétrica. As condições são as do Pró-Lar.

A CDHU cedeu um espaço no novo conjunto para que a prefeitura instale um Núcleo de Assistência Social (NAS). O objetivo é que as famílias carentes do bairro possam contar com uma rede de serviços governamentais e não-governamentais e com orientação sobre situações de risco social e pessoal.

Desde 2003, o governo já beneficiou 5,3 mil famílias na região metropolitana de São Paulo com o programa de erradicação de favelas, além de 7 mil no interior. Todas foram transferidas para unidades novas da CDHU. Segundo o presidente da empresa, Raul do Valle, mais remoções ocorrerão ao longo deste ano. Uma delas será na Favela Tolstoi, na zona leste, onde vivem 143 famílias, e outra em Varginha, na zona sul, onde há barracos instalados ao longo das linhas de trens da CPTM.

Em Suzano, a construção da represa Taiaçupeba vai promover a remoção de mais 400 famílias pela CDHU, em conjunto com o DAEE.

Da Agência Imprensa Oficial
Por Simone de Marco

(LRK)