Grupo Mitsui pretende ampliar parcerias com o Governo de São Paulo

Linha 4 do Metrô, Metropass e exportação e venda do etanol ao mercado japonês foram os temas do encontro do presidente do Grupo com o governador Geral

qua, 03/11/2004 - 12h16 | Do Portal do Governo


O presidente mundial da Mitsui Trading, Shoei Utsuda, esteve com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, nesta quarta-feira, dia 3, para discutir vários temas relacionados a investimentos da empresa no Estado de São Paulo, entre os quais, projetos na área de transporte, como a Linha 4 do metrô, corredor de exportação e venda de etanol ao mercado japonês.

De acordo com o secretário estadual da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, Utsuda veio trazer ao governador algumas intenções do Grupo Mitsui. “Eles estão extremamente interessados em continuar a participar, como parceiros, na construção do Metrô de São Paulo. Seja na Linha 4, que agora entra numa fase em que a iniciativa privada participa, seja no Metropass, onde a Mitsui tem uma importante contribuição a dar. Também demonstraram interesse na exportação e comercialização do etanol e, juntamente com o Japan Bank (JBIC), colaborar para novos financiamentos de infra-estrutura para o Governo de São Paulo”, informou.

Utsuda afirmou que o Grupo também estuda a participação no Porto de São Sebastião. “Isso é de nosso interesse, mas ainda precisamos estudar essa participação”, disse.

Com relação ao etanol, o presidente do Grupo manifestou intenção de construir usinas no Brasil, mas esse é um plano de longo prazo. “Nesse momento, o que entendemos ser necessário é a infra-estrutura de logística para transporte de etanol. Essa é a prioridade maior”, destacou.

O secretário explicou que a Mitsui é uma das três maiores trading japonesas com importante vinculação com o Brasil. “Eles têm participação direta hoje no Brasil superior a US$ 1,6 bilhão”, afirmou.

Meirelles informou ainda que a Mitsui é parceira do Estado de São Paulo, já que a trading e o Banco Mitsui, ligado a ela, foram os que completaram o aval para o empréstimo que o governador assinou em agosto deste ano no Japão.

A Mitsui mantém atividades em 86 países e atua em diversos segmentos, como produtos de ferro e aço, logística de transporte, mercado financeiro e alimentos.

No Brasil, suas principais atividades são exportação de ferro, aço, soja, café e suco de laranja congelado; exportação e importação de produtos químicos e máquinas industriais, participação em projetos na área de petroquímica, sistemas de comunicação e de geração de energia. Seus principais parceiros são Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Usiminas, Cosipa e Telemar.

Shoei Utsuda é também presidente do Comitê Econômico Brasil-Japão do Nippon Keidanren – a Confederação Nacional das Empresas do Japão. “Eles não têm o sistema de indústrias e comércio separados, como o nosso. A Confederação é de todas as empresas, tanto industriais quanto empresas comerciais e bancos”, explicou o secretário.

Além de ter recebido Alckmin no Japão, em agosto deste ano, Utsuda também recepcionou uma missão empresarial da Federação das Indústrias de São Paulo, em junho. Em setembro, ele esteve no Brasil, acompanhando o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi.

De acordo com Utsuda, contou o secretário, o primeiro-ministro do Japão voltou impressionado com a possibilidade de ampliar as parcerias e investimentos japoneses no Brasil e, especialmente, com relação ao etanol. No Japão já existe uma lei que aprova a utilização de 3% de etanol na gasolina, mas, na prática, isso ainda não foi adotado. “Isso pode corresponder a um importante passo para o comércio do etanol no mundo”, avaliou Meirelles. Segundo ele, o acréscimo de 3% de etanol à gasolina no Japão corresponderia a um consumo inicial de 1,8 bilhão de litros de álcool combustível ao ano. O Brasil produzirá, este ano, cerca de 15 bilhões de litros de álcool.

O secretário destacou que o Japão também vê a introdução do etanol na gasolina como um fator importante para o meio ambiente, já que contribui na redução da poluição.

Takao Miyagui / Cíntia Cury