Governo paulista busca parceiros para concluir projeto Nova Vera Cruz

Governador Geraldo Alckmin participou da reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes

ter, 27/11/2001 - 19h13 | Do Portal do Governo


Com o objetivo de concluir o Projeto Nova Vera Cruz, o Governo do Estado está buscando parcerias com o setor privado. O primeiro passo para tal iniciativa foi realizado nesta terça-feira, dia 27, com um café da manhã, no Palácio dos Bandeirantes, que contou com a participação do governador Geraldo Alckmin e um grupo de 17 empresários.

Já foram investidos R$ 5,5 milhões na primeira fase que inclui a construção de um Centro Cultural. Para a segunda etapa estão estimados R$ 20 milhões na recuperação dos dois antigos estúdios cinematográficos, a compra de equipamentos, laboratórios de pesquisa que serão utilizados nas produções nacionais e futuramente até para filmagens internacionais. Se todos os recursos forem angariados, a possibilidade de inauguração dos estúdios está prevista para 2003.

O Projeto Nova Vera Cruz está sendo construído em São Bernardo do Campo no espaço que pertencia à Companhia Cinematográfica Vera Cruz, antigo estúdio de cinema dos anos 50. Concluído todo o complexo, os dois estúdios serão gerenciados pela Fundação Padre Anchieta e o Centro Cultural, pela prefeitura de São Bernardo do Campo. ‘Foi um bom encontro. Vamos construir lá um grande centro cultural, além de um estúdio cinematográfico para fazer 30 filmes por ano. Filmes brasileiros, nossos’, informou Alckmin.

A nova proposta tem como meta recuperar a memória da Companhia Cinematográfica Vera Cruz com a aquisição de acervo de filmes, fotos, cartazes, equipamentos, figurinos, além de registrar depoimentos de atores e diretores ligados à história da Companhia. O governador salientou que os parceiros são todos da região do Grande ABC. ‘Pela Lei Rouanet os empresários poderão deduzir até 100% no imposto de renda, investindo nesse projeto cultural’, lembrou o governador

De acordo com o secretário de Cultura, Marcos Mendonça, o desenvolvimento deste projeto vai trazer um novo enfoque para São Bernardo do Campo, caracterizada por montadoras de veículos. “A indústria do cinema vai ser uma alternativa positiva para a região, pois os estúdios ficarão abertos para visitação. A proposta também gerará um grande pólo de atração turística, além de emprego e renda”. Ele estima que a nova atividade vai gerar entre quatro a cinco mil empregos diretos.

Segundo Mendonça, a iniciativa faz parte de uma política estratégica do Governo Paulista e do país. “O Brasil hoje importa uma quantidade de quase US$ 1 bilhão de produtos audiovisuais e uma parcela destes produtos poderão ser produzidos em São Bernardo”. Mendonça fez uma avaliação positiva sobre a participação dos empresários. O secretário e o prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares (PSDB) ficaram incumbidos de procurarem os empresários que participaram do encontro para detalhar a contribuição de cada um.

Ainda de acordo com o secretário, um dos incentivos que o empresariado teria para participar do projeto seria utilizar os mecanismos da Lei Rouanet, que permite o abatimento no imposto de renda, além de serem beneficiados com o marketing de sua marca na programação da TV Cultura e da citação em todos os materiais que envolvam a divulgação dos patrocinadores do projeto.

Para o executivo Miguel Jorge, vice-presidente do Banespa/Santander, a resposta dos empresários foi positiva. Ele confirmou a participação do banco. “Nós vamos entrar em contato com o secretário Mendonça para se fazer viável a participação do Banespa/Santander neste projeto”, disse.

Histórico

A Companhia Cinematográfica Vera Cruz foi fundada em 1949 por Franco Zampari. Nos anos 50, atingiu a posição de segundo maior estúdio brasileiro ao lado da Atlântida. Em seus primeiros cinco anos de existência produziu e lançou 18 filmes de longa metragem. Entre eles, Caiçara, Nadando no Dinheiro, com Mazzaroppi, O Cangaceiro e Floradas da Serra.

Valéria Cintra