Governo do Estado lança programa que permitirá o plantio de 1,2 milhão de árvores

Cerimônia foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, como parte das comemorações do Dia da Árvore

sex, 21/09/2001 - 15h13 | Do Portal do Governo


A tradição brasileira de comemorar o Dia da Árvore com o plantio de uma muda foi modificada este ano em São Paulo. Em vez de apenas uma, o Governo do Estado lançou nesta sexta-feira, dia 21, um programa que permitirá o plantio de 1,2 milhão de árvores até o fim de 2002. A novidade tem como objetivo preservar o meio ambiente e retomar o plantio de madeiras de lei no Estado de São Paulo. Atualmente, as empresas paulistas de silvicultura – ligadas à exploração de florestas – que dependem da obtenção destas madeiras, precisam adquiri-las em outros Estados.

A iniciativa está sendo desenvolvida por oito secretarias de Estado em parceria com órgãos públicos e com a iniciativa privada. O Governo Estadual irá investir R$ 500 mil neste ano e R$ 1,6 milhão em 2002 para o plantio em 1,1 mil hectares de área pública. Outros 350 hectares de terra também já estão garantidos pelas empresas privadas.

O coordenador do grupo de trabalho do Programa de Incentivo ao Plantio de Madeiras de Lei, Gerson Ferreira Filho, explicou que 46 municípios paulistas estão envolvidos no plantio. Segundo ele, foram selecionadas cinco espécies de madeiras de lei que serão plantadas de forma intercalada com grãos e árvores frutíferas.

Ele destacou que, além do caráter ambiental, as áreas plantadas poderão ser comercializadas. “Cada hectare ocupado será homogêneo ao outro. Decidimos fazer bosques bastante uniformes para facilitar a criação de um certificado que permita a comercialização”, anunciou.

Outro objetivo é trabalhar a madeira de lei como uma commodity para comercializá-la no mercado futuro. As espécies de madeira de lei selecionadas foram: Pau-Marfim, Aroeira, Ipê-Roxo, Amendoim e Canela.

Investir na realização de programas ecológicos é uma atividade fundamental para o futuro da humanidade. Entretanto, por não oferecer retorno financeiro de curto prazo, acaba não sendo uma atitude muito usual na classe política brasileira. O governador Geraldo Alckmin, que presidiu a cerimônia, ressaltou a importância de mudar essa visão. “Estamos investindo recursos do Estado em um programa que só dará retorno daqui a meio século”, afirmou.

Além do aspecto econômico, Alckmin destacou a importância ecológica deste programa para São Paulo. De acordo com ele, os automóveis são os principais responsáveis pela poluição na Capital, lançando monóxido de carbono diretamente à atmosfera. “As árvores quando fazem a fotossíntese conseguem seqüestrar e fixar este carbono, ajudando a despoluir o meio ambiente”, observou.

Para o presidente da empresa Votorantim Celulose e Papel, José Arruda Mendes Filho, que representou a Sociedade Brasileira de Silvicultura na solenidade, ‘com este programa, São Paulo poderá reverter a atual posição de importador de madeira de lei, para passar a produzir este bem’.

Alckmin destacou que a iniciativa também terá impacto na qualificação profissional e na criação de postos de trabalho. “As Escolas Técnicas do Estado de São Paulo podem abrir uma qualificação importante para a juventude, com a implantação de viveiros. Muitos postos de trabalho também serão abertos para poder montar e conservar estes bosques”, acrescentou.

Mais 4,5 milhões para o Programa de Micro-Bacias

Durante a cerimônia, o governador Geraldo Alckmin também assinou a liberação de mais R$ 4,5 milhões para o saneamento das micro-bacias paulistas. Os recursos são provenientes do Fundo de Expansão da Agropecuária e da Pesca (Feap), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura, e serão utilizados para o plantio em áreas de preservação permanente.

O Governo Estadual estará financiando os produtores rurais viveiristas, registrados na Coordenadoria de Defesa Agropecuária, para produção de mudas. Serão financiados até R$ 20 mil por produtor, com juros fixos de 4% ao ano e reembolso em 48 meses, com 18 meses de carência.

A produção será utilizada pelo próprio Governo por meio dos seus órgãos técnicos. Os produtores rurais também irão usar as mudas produzidas em áreas lindeiras a rios e represas. Os principais objetivos são: controlar a qualidade das águas dos rios e represas; controlar a erosão; e recompor áreas degradadas.

Além do financiamento, o Governo também estará doando 18 milhões de mudas para os pequenos agricultores.

Rogério Vaquero