Governo do Estado investe em desfavelamento em São Paulo

Neste domingo, o governador Geraldo Alckmin desativou a Favela da Vila da Paz, integrou as famílias em conjunto habitacional da CDHU e inaugurou escol

dom, 18/07/2004 - 13h56 | Do Portal do Governo


Programa de Desfavelamento da Capital de São Paulo já beneficiou, de 2003 até hoje, mais de 9 mil famílias, somando um investimento de quase R$ 100 milhões

O governador Geraldo Alckmin, acompanhado dos secretários estaduais Mauro Bragato, da Habitação; Arnaldo Madeira, da Casa Civil; e do presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Raul David do Valle Júnior, deu início neste domingo, dia 18, à remoção de 104 famílias que vivem na Favela Vila da Paz para apartamentos construídos pela CDHU. A favela está localizada na rua José Joaquim Seabra, altura do n° 1.100, no bairro Rio Pequeno, na Capital. Os moradores do local ofereceram um café da manhã para o governador no Bar da Marizete, tradicional ponto de encontro da comunidade.

Após visitar a favela, o governador iniciou a demolição dos barracos. Para evitar novas ocupações na Vila da Paz, será executado um projeto de revitalização no local, assim que terminar a retirada dos barracos e do entulho. A área passará a ser uma grande área verde com horta.

Da Vila da Paz, a comitiva seguiu juntamente com as primeiras 11 famílias que se mudaram para o Conjunto Habitacional São Luiz A4, localizado à rua Paulino Vital de Moraes, s/n°, no bairro Capão Redondo.

O secretário Mauro Bragato informou que foram investidos R$ 4 milhões no conjunto habitacional, que também vai atender 36 famílias das favelas Brasilina, Nassau e Guarapiranga. ‘Este é o resultado de um compromisso do governador Geraldo Alckmin assumido com estes moradores. Ele realiza cada vez mais um governo mais social, pensando em quem realmente precisa’, elogiou.

No mesmo local, o governador e o secretário-adjunto da Educação, Paulo Barbosa, entregaram à comunidade a Escola Estadual Cláudia II, localizada ao lado do conjunto. A unidade escolar irá atender 840 crianças da 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, em 11 salas de aulas convencionais e um laboratório de informática, e custou para o Governo do Estado R$ 678,8 mil.

Alckmin explicou que a área ocupada pela favela era um local perigoso e insalubre. ‘O local onde eles estavam, na Vila da Paz, não era adequado porque fica embaixo de uma rede de transmissão de energia elétrica. Não havia saneamento básico, o mato era alto e havia muitos ratos. Com esta remoção conseguimos resolver o problema das 104 famílias e dentro de 4 a 5 dias todos estarão morando aqui, desfrutando de toda a infra-estrutura – água, esgoto, energia – e também de lazer.’

Sobre a E.E. Cláudia II, informou que a escola vai atender 300 crianças que vieram da favela, que já estão matriculadas. Ele observou que a comunidade deverá zelar pelo estabelecimento, por ser um bem que será usufruído por várias gerações.

O governador anunciou que a área terá, futuramente, uma Casa de Cultura que vai oferecer atividades como teatro, música, cinema. Também será instalado um Infocentro do Acessa São Paulo, programa de inclusão digital voltado à população de baixa renda.

Alckmin disse que o programa de Atuação em Favelas e Áreas de Risco visa atender pessoas como as da Favela Vila da Paz. ‘Pensando nelas, o Governo paulista está construindo 10 mil unidades em todo o Estado. O objetivo é que essas áreas não voltem a ser ocupadas.’

E enumerou, ainda, outros objetivos: ‘Evitar tragédias em áreas de risco; ocupar as áreas desocupadas com implantação de hortas e áreas verdes, oferecer moradia digna; e gerar empregos por meio da construção civil.’

A transferência dos moradores da Favela Vila Da Paz continuará no decorrer da semana, até a quinta-feira, dia 22, data em que todas as 104 famílias já estarão devidamente instaladas nos apartamentos. Além disso, as crianças irão iniciar o segundo semestre letivo matriculadas na E.E. Cláudia II. Cada família já recebeu uma agenda com dia e horário da sua mudança, bem como várias caixas para empacotarem os seus pertences.

O conjunto para onde as famílias serão transferidas tem 7.240,43 m² de área construída, com quatro prédios de cinco pavimentos distintos, sendo três com 40 unidades cada e um com 20 unidades. Dos 140 apartamentos, 104 serão entregues à comunidade da Vila da Paz e os outros também serão destinados ao programa de desfavelamento para atender a moradores de outra favela.

O conjunto oferece estacionamento privativo, playground, área de lazer, paisagismo, além de toda a infra-estrutura, como redes de água, esgoto, energia elétrica e telefonia. Os apartamentos têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, com 44,73 m² de área construída. O investimento da CDHU neste empreendimento é da ordem de R$ 4 milhões.

Expectativa

A mudança está gerando bastante expectativa para os moradores da favela. A presidente da Associação dos Amigos da Vila da Paz, Marizete Reis Nascimento, resume o sentimento de todos: “Acredito que agora seremos respeitados pelas pessoas, pois não iremos mais morar em barraco”.

Adaileusa Gonçalves, 30 anos, trabalha como doméstica e tem renda mensal de R$ 350. Ela contou que a mudança foi para melhor, pois saiu de um barraco de madeira e está se mudando para uma moradia de alvenaria. ‘Para mim, isso representa uma grande vitória, pois vou oferecer a meu filho um local digno para morar.’

Para André Arruda, outro morador empolgado com a mudança, o endereço fixo vai ajudá-lo a conseguir um emprego. “Somos discriminados porque moramos na favela e não temos endereço para apresentar”, assinala.

A CDHU não irá cobrar as prestações do imóvel durante os primeiros seis meses. Após este período, quem tiver renda familiar mensal de um salário mínimo, pagará R$ 36,00 por mês à Companhia. Além disso, todos terão carência de dois meses nas contas de água e luz. A CDHU também promoverá o trabalho social com os moradores para integrá-los a essa nova realidade de convivência condominial.

O programa de Desfavelamento da Capital de São Paulo já beneficiou, de 2003 até hoje, mais de 9 mil famílias, somando um investimento de quase R$ 100 milhões. Foram realizadas, por exemplo, a remoção das Favelas Paraguai, Viaduto e Anastácio, entre outras.

A CDHU tem outros programas em andamento, além do Atuação em Favelas e Áreas de Risco, que fazem parte do Pró-Lar. São eles: Núcleo Habitacional por Empreitada Global e Integral, Autoconstrução, Atuação em Cortiços, Mutirão Associativo, Rural, Microcrédito Habitacional, Moradias Indígenas, Moradias Quilombolas, Melhorias Habitacionais e Urbanas e Crédito Habitacional.