Como parte do projeto de extinção das cadeias públicas e carceragens em distritos policiais, o governador em exercício de São Paulo, Cláudio Lembo, inaugurou nesta quarta-feira, dia 4, o anexo de Detenção Provisória de Araraquara. O CDP é o primeiro com sistema eletrônico de abertura e fechamento de portas. O presídio, que tem capacidade para 496 detentos, custou R$ 5,8 milhões e a obra foi totalmente financiada pelo Estado. “Esse CDP é o primeiro com essas características no Brasil. Isso mostra que São Paulo está inovando e dando exemplo para o País”, disse Lembo.
O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, destacou que o novo sistema eletrônico de controle dos presos vai permitir que o anexo funcione com um décimo da quantidade de funcionários de um CDP tradicional. Ele também comentou que cada vaga custou em média R$ 10 mil, a metade do custo das penitenciárias e dos tradicionais CDPs, porque foram reaproveitadas as muralhas já existentes na penitenciária do município.
Construído com celas pré-fabricadas funcionará junto à penitenciária “Dr. Sebastião Martins Silveira”. Será a primeira unidade a receber presos provisórios funcionando junto a uma penitenciária. “A partir da próxima semana, os 247 presos de Araraquara que estavam em Ribeirão Preto retornarão para o município onde aguardarão o julgamento”, informou Furukawa.
Lembo declarou que dentro de dois meses estará funcionando, em Araraquara, a Escola da Administração Penitenciária. “O trabalho de reciclagem de funcionários continuadamente é muito importante, porque eles adquirem novos conhecimentos e aprendem novas técnicas”. Ele ressaltou a preocupação do Governo do Estado com o processo de recuperação dos presos. “A ressocialização dos detentos se torna possível em presídios como este, onde a dignidade deles é preservada”.
O Estado já tem 25 Centros de Detenção Provisória em funcionamento, unidades específicas para abrigar os que aguardam julgamento. Até o final do primeiro semestre do próximo ano, o Governo estadual desativa todas as carceragens em distritos policiais da Capital e a responsabilidade sobre os presos será transferida da Secretaria da Segurança Pública para a Secretaria da Administração Penitenciária.
O anexo de Araraquara tem alarme contra fuga com sensor de presença, sistema de som, 20 intercomunicadores, alarme contra incêndio, extintores e hidrantes, circuito fechado de televisão, controle com automação de portas e acesso independente para visitantes e veículos.
Na solenidade de inauguração do anexo foi apresentado o novo uniforme dos presos. Por intermédio das oficinas da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), até o final do ano, 143 mil conjuntos (calça, bermuda e camisa) serão confeccionados pelos próprios presos, na Penitenciária Feminina e na Penitenciária II, ambas de Tremembé, na Penitenciária de Araraquara e na Penitenciária Feminina da Capital.
André Muniz
M.J.