Governo do Estado entrega primeiras moradias do Programa de Atuação em Cortiços

Foram beneficiadas, inicialmente, 160 famílias que estavam morando em cortiços no centro da Capital

dom, 05/05/2002 - 13h58 | Do Portal do Governo


A partir de hoje, os moradores de cortiço começam a trocar suas condições de sub-habitação por moradias com 2 dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. O governador Geraldo Alckmin entregou na manhã deste domingo, dia 5, as primeiras 80 unidades de um total de 160 apartamentos do conjunto Pari-A, construído pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no bairro do Pari, imediações do Centro da cidade. Divididas em dois blocos, as 160 unidades, que vão abrigar cerca de 800 pessoas, resultam do Programa de Atuação em Cortiços – PAC – criado pelo Governo do Estado. O objetivo é possibilitar melhoria da qualidade de vida às famílias de baixa renda que se amontoam em locais completamente inadequados e insalubres.

Alckmin explicou que o PAC atenderá 20 mil famílias cortiçadas da Capital, Santos e Campinas com investimentos de US$ 300 milhões, fruto de parceria entre o Governo do Estado e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. ‘O contrato de financiamento será assinado em junho próximo, mas já estamos realizando o programa com a nossa contrapartida que é a metade do valor total’, disse o governador. Ele considera o PAC um programa excelente por devolver dignidade à população dos cortiços. ‘Cortiço é pior do que favela porque as pessoas vivem amontoadas em sub-habitações com insalubridade total’, disse.

Entre as vantagens oferecidas pelo programa, o governador destacou a proximidade entre a residência e o local de trabalho. ‘Muitas dessas pessoas trabalham aqui no Centro e se fizermos uma casa no extremo da cidade elas passam a ter casa, mas ficam sem renda. São camelôs, catadores de papel, e vendedores ambulantes’, ressaltou. Alckmin falou também sobre a importância do programa para o Centro da cidade. ‘Não se pode revitalizar o Centro se as pessoas não morarem nele’, disse.

O Pari-A vai atender inicialmente famílias que estavam vivendo nas antigas intalações de cinema da Moóca, do hospital Nossa Senhora da Conceição, no Brás, e no Edifício Almeida, na esquina da rua Ana Cintra com a avenida São João, no bairro de Santa Cecília. ‘Esse prédio está sendo reformando, o cinema da Moóca foi derrubado e já está em obras. É claro que com a chegada dos recursos do BID, vamos acelerar os trabalhos e atender mais cortiçados’, explicou Alckmin. Em relação aos cortiços de Santos, o governador disse que o Estado já desapropriou um terreno próximo ao Porto para dar início às obras.

O secretário estadual de Habitação, Francisco Prado, comemorou a iniciativa e coragem do Governo do Estado na solução de um dos grandes problemas de moradia que os cortiços escondem. ‘Rui Barbosa dizia que na verdade as aglomerações chamadas favelas exibem a exclusão e que os cortiços escondem a exclusão’, citou.

O sistema de pagamento dos apartamentos é feito por meio de aluguel com custo de R$ 130,00 fixos. Após um período de cinco anos, os moradores que decidirem adquirir o imóvel fazem um contrato de compra. O presidente da CDHU, Luís Antônio Pacheco, informou que os financiamentos terão prazo de 25 anos. ‘O contrato é feito no nome da mulher e a mensalidade terá o mesmo valor do aluguel. Os valores já pagos como aluguel serão deduzidos do preço total’, explicou.

Na Capital, o programa está atendendo com prioridade os seguintes bairros: Pari, Moóca, Barra Funda, Belém, Cambuci, Liberdade, Bela Vista e Santa Cecília.

Ercília Della Méa