Governo do Estado e Secovi unem-se para economia de água nos condomínios

Conta de água representa 13% das despesas de um condomínio, que pode cair 5% com menor consumo

qua, 17/03/2004 - 14h13 | Do Portal do Governo


‘Este acordo busca sensibilizar síndicos, zeladores e moradores para a importância da economia da água nos condomínios’, disse o governador Geraldo Alckmin ao assinar nesta quarta-feira, dia 17, parceria da Sabesp com o Secovi (Sindicato da Habitação) para ações conjuntas na redução do consumo de água.

Alckmin ressaltou que para o êxito do ‘Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água’, implantado na semana passada pelo Governo paulista, ‘é fundamental a participação dos condomínios, já que 55% da população da Região Metropolitana de São Paulo mora em prédios, ou seja, 9 milhões de pessoas morando em 32 mil apartamentos, além de 2,1 milhões de pessoas que trabalham em edifícios comerciais’.

A parceria prevê, além da conscientização por meio de cursos, palestras, cartilhas e outras ações, a criação de um grupo de estudos para verificar a viabilidade da adoção da medição individualizada do consumo da água.

A conta de água representa 13% das despesas de um condomínio, atrás apenas das despesas com a folha de pagamento. De acordo com o governador, a redução de consumo pode ajudar a neutralizar os aumentos que os condomínios tiveram por causa de taxas e tributos que representaram aumento de mais de 3% nas despesas.

Os condomínios também serão premiados com um bônus de 20% nos valores destinados à Sabesp, como ocorrerá com os demais clientes da concessionária. ‘Se imaginarmos redução de 20% do consumo e mais 20% de bônus, isso significa quase 5% de economia’, argumentou o governador. ‘Como não há um hidrômetro para cada apartamento, a conscientização é o primeiro passo’.

Alckmin informou que se reuniu nesta manhã com todos os secretários de Estado e presidentes de fundações, autarquias e empresas estatais para um empenho na economia de água. ‘O Governo tem o dever de economizar e dar o exemplo à população, vamos ultrapassar a meta dos 20%’. O Estado gasta quase R$ 300 milhões por mês com água. Se a meta for atingida, poderá haver uma economia de quase R$ 100 milhões, que poderão ser investidos em várias obras.

O presidente do Secovi, Romeu Chap Chap, considerou da mesma forma que o apagão foi resolvido com o apoio da população, também a possibilidade de racionamento de água pode ser evitado com a conscientização de todos. O secretário Mauro Arce, da Energia, complementou: ‘A maioria dos condôminos – como eu – nunca tinha visto uma conta de água, e não se preocupavam com o consumo, já que nem há como medir, mas agora vamos conferir e economizar, incutindo na população novos hábitos de consumo”.

Os incentivos

Como parte de seu esforço de combate ao desperdício e evitar um possível racionamento, o Governo do Estado lançou no último dia 10, o Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, que vai premiar o consumidor que reduzir em 20% o consumo da água com desconto de 20% no valor final de suas contas.

A medida é voltada para as pessoas que vivem na Capital e na Região Metropolitana, municípios abastecidos pela Sabesp. O desconto passou a valer desde a última segunda-feira, e se estenderá até o dia 15 de setembro de 2004. A norma vale para a população e para empresas públicas e privadas, comércio e indústria.

Na sequência, no dia 12, o Estado adotou outra medida no mesmo sentido. Desta vez, junto às escolas da rede pública estadual. Com investimentos de R$ 1,2 milhão, o Governo vai trocar os equipamentos hidráulicos e consertar vazamentos de 50 prédios escolares de grande porte, com alto consumo de água, localizadas na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, que abrange a Capital e Grande São Paulo.

Dessa forma, as unidades escolares passam a integrar o Projeto de Uso Racional de Água (PURA), que já vem sendo adotado em diversos órgãos estaduais. Um balanço mostra que a economia foi de 21% no Hospital das Clínicas, 31% na USP, 37% na Ceagesp, 38% na Cetesb, um terço no Palácio dos Bandeirantes; e 42% no Instituto Mauá de Tecnologia.

A Região Metropolitana de São Paulo, com 17,5 milhões de habitantes, é a que enfrenta o ponto mais crítico de abastecimento de água. Em São Paulo, o consumo de água está em torno de 180 litros/dia por pessoa. ‘A Organização Mundial da Saúde recomenda 100 litros/dia por pessoa’, observa o governador Alckmin, ao destacar a necessidade das campanhas e ações desenvolvidas pelo Estado.