Governo do Estado dá início à segunda fase do Projeto Tietê

Obra vai contar com 1,2 mil quilômetros de rede coletora de esgotos para ajudar a despoluir os rios e represas da Região Metropolitana

sex, 24/05/2002 - 14h14 | Do Portal do Governo


Tirar o esgoto das proximidades de 400 mil residências, levar este esgoto direto para as Estações de Tratamento e reduzir a poluição nos rios e represas da Região Metropolitana. É com este processo que o Governo do Estado inicia nesta sexta-feira, dia 24, a segunda Fase do Projeto Tietê. As obras contarão com investimentos de US$ 400 milhões, dos quais US$ 200 milhões serão aplicados pela Sabesp e a outra metade com financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Programa vai possibilitar que a quantidade de esgotos coletados na Região Metropolitana passe de 80% para 92%. Na cidade de São Paulo o índice chegará a 96%. Serão implantados 1,2 mil quilômetros de rede coletora nos 34 municípios que compõe a Região Metropolitana. Com esta estrutura, os esgotos coletados serão encaminhados para as Estações de Tratamento que foram construídas durante a 1ª etapa do Projeto.

O governador Geraldo Alckmin explicou que durante a 1ª etapa foram concluídas as Estações Novo Mundo, que atende à Zona Norte da Capital, São Miguel Paulista, na Zona Leste, e Heliópolis, na Zona Sul, e parte do ABC. “Também foi ampliada a Estação de Tratamento do Barueri, na Zona Oeste. Mas estas estações estão trabalhando com apenas 40% da sua capacidade, porque faltam redes coletoras para transportar os esgotos para as estações”, disse.

Com 2ª etapa do Projeto Tietê estas redes serão implantadas. A medida vai permitir que o tratamento de esgotos seja ampliado de 60% para 75% na Região Metropolitana. Além de melhorar a qualidade de vida de muitos moradores, Alckmin destacou o benefício da obra para o Meio Ambiente. “Vai diminuir a poluição nos rios Pinheiros, Tietê e seus afluentes, e também nas represas Billings e Guarapiranga, que abastecem a região”, analisou.

O secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, comparou a necessidade da obra com a de um hospital. “É um trabalho de saúde pública, porque vai melhorar a qualidade da água tratada pela Sabesp, que abastece a Região Metropolitana”, disse, acrescentando que a medida colabora para evitar diversos tipos de doenças. Para ele, toda a população da Região será beneficiada, além dos turistas e trabalhadores que passam por estas cidades.

Alckmin destacou que desde que o Estado começou a se preocupar com as “obras enterradas”, a mortalidade infantil caiu em 38% no Estado de São Paulo. “Em 1994 eram 25,8% de mortes para cada 1.000 nascidos vivos. Hoje, o número foi reduzido para 15%”, afirmou. Sobre o abastecimento de água na Região Metropolitana, o governador lembrou que praticamente 100% da população conta com água tratada.

Saneamento no Litoral

Durante a cerimônia de início da 2ª etapa do Projeto Tietê, Alckmin anunciou um novo financiamento do Banco Japonês JBIC, no valor de US$ 150 milhões, para realização de obras de coleta e tratamento de esgotos na Baixada Santista e Litoral Sul. “Será importante para evitar a poluição das nossas praias”, disse.

O governador disse que havia pendências entre os governos brasileiro e japonês e, por isso, o pedido de financiamento estava parado desde o fim do ano passado. “Pedi para o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que está no Japão, para intervir junto ao governo do Japão para viabilizar o empréstimo. “Ele me ligou pela manhã dizendo que o contrato já poderá ser assinado.”

Rogério Vaquero