O Estado de São Paulo passa a contar com um novo atrativo turístico. Trata-se do Pólo Turístico do Circuito das Frutas, cujo decreto de criação foi assinado nesta quarta-feira, dia 2. A iniciativa envolve os municípios de Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Valinhos e Vinhedo, e visa desenvolver ações para adotar um plano de desenvolvimento do turismo na região, localizada no entorno da Serra do Japi.
Para isso, também foi assinado um Termo de Cooperação entre a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo (por meio da Coordenadoria de Turismo), a Secretaria da Agricultura e Abastecimento e as oito prefeituras.
O objetivo é dar apoio, assessoria e capacitação às instituições públicas e privadas dos municípios para o desenvolvimento de atividades turísticas, contemplando programas e projetos de turismo rural, de lazer, científico, cultural e de ecoturismo.
Entre as medidas estão a criação de um sistema de informações sobre o Circuito das Frutas; a adoção de estruturas de apoio e segurança aos visitantes; a confecção de um calendário oficial do circuito; e a divulgação dos eventos e atividades relacionadas ao turismo na região.
O pólo também vai gerar educação para o trabalho com a participação do Sebrae e do Centro Paula Souza, que vão oferecer, conjuntamente, treinamento aos trabalhadores do setor.
A previsão é de que, com a implementação do Pólo Turístico do Circuito das Frutas, sejam criados cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos nos oito municípios, já que, além do turismo local, o pólo vai fomentar toda cadeia produtiva do setor de fruticultura.
De acordo com a Coordenadoria de Turismo, em todo o Estado, o turismo gera mais de 1,2 milhão de empregos diretos e cerca de 2,2 milhões de postos de trabalho indiretos.
Perfil da região
As oito cidades do Circuito das Frutas estão numa área de 1.600 quilômetros quadrados, da qual 850 km2 são destinados à fruticultura, sobretudo o cultivo de frutas típicas de clima temperado, como morango, uva, figo, pêssego, goiaba e caqui. Segundo a Associação do Circuito das Frutas, o plantio é realizado por cerca de 8 mil pequenos agricultores e a produção comercializada na região, no Ceagesp e até no Rio de Janeiro. O excedente da safra é destinado à fabricação de compotas e doces.
Anualmente, a região colhe em média 50,4 toneladas de Uva Niágara, 11,9t de uvas finas (Rubi e Itália), 7,9t de figo, 13,1t de goiaba, 15,3t de caqui, 5,3t de pêssego e 10,6t de morango. A renda do produtor está em torno de R$0,50 a R$ 0,80 por quilo de fruta in natura. A comercialização e degustação dessas frutas e seus derivados têm aquecido o agronegócio e o turismo da região com eventos, como as tradicionais Festas da Uva, que reúnem mais de 1,5 milhão de pessoas a cada ano.
Os municípios do Circuito das Frutas também dispõem de diversos recursos naturais, clima agradável e até parques temáticos. A região, com 750 mil habitantes e servida por farta malha viária, está numa posição estratégica de corredor econômico, interligando o Interior com outros Estados.
O circuito das frutas também foi escolhido tema da escola de samba Rosas de Outro para o Carnaval de 2003. A entidade vai levar para a passarela o samba-enredo No Circuito das Frutas Estou de Bem com a Vida e o CD já está pronto.
Fruticultura Paulista
Além da importância turística, a fruticultura representa 15% da produção agrícola paulista, que no ano passado fechou em R$ 17,4 bilhões, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Somente em setembro último, a fruticultura paulista empregou 702,5 mil pessoas, dos quais 180 mil na fruticultura, representando quase 25% da mão-de-obra no campo.
As principais frutas cultivadas – laranja, limão e tangerina – representam 80% da produção nacional. A safra do Estado de São Paulo em 2001 foi de 374 milhões de caixas de 40,8 quilos de laranja, 14 milhões de caixas de tangerina e 10 milhões de caixas de limão. Vale lembrar que 70% da safra de laranja foi comercializada para o mercado externo em forma de suco.
Seguro Rural
Foi aprovado pela Assembléia Legislativa nesta terça-feira, dia 1º, o seguro rural para pequenos e micro produtores. A partir de agora, o Governo do Estado, por meio do Feap (Fundo de Expansão da Agropecuária e da Pesca), vai cobrir a metade do prêmio. Os outros 50% ficarão a cargo do próprio agricultor.
Gislene Lima
