Governo assina acordo de cooperação com o BID para programa de cultura e cidadania

Fábricas de Cultura atuarão na prevenção à violência em nove distritos da Capital a partir de 2005. Investimentos serão de US$ 30 milhões

qui, 29/01/2004 - 19h33 | Do Portal do Governo


Com o objetivo de promover a participação eqüitativa de crianças e jovens dos distritos mais vulneráveis da Capital paulista em atividades artísticas e culturais de qualidade, o governador Geraldo Alckmin assinou nesta quinta-feira, dia 29, o acordo de cooperação técnica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Especial Japonês, no valor de US$ 450 mil.

O recurso faz parte do contrato para a implantação de ações preparatórias do “Programa de Cultura e Cidadania para Inclusão Social – Fábricas de Cultura”, previsto para ser assinado em março, após a autorização do Senado para o financiamento total de US$ 30 milhões. “Serão US$ 10 milhões de contrapartida do Estado nesse projeto pioneiro que agirá nas causas da violência”, disse o governador.

Alckmin acrescentou que os cerca de R$ 90 milhões serão investidos para construir, equipar e colocar em funcionamento as nove Fábricas de Cultura, que serão implantadas em bairros periféricos da Capital Paulista, onde há maior Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), pesquisado e criado pela Fundação Seade. “Nosso objetivo é promover no jovem a sua individualidade e fazer desabrochar o seu potencial, suprimindo a causa e cessando os efeitos da violência”.

A previsão é de que as nove Fábricas criem cerca de 1.200 empregos diretos e atendam a 300 mil crianças por ano, podendo chegar ao número de um milhão. De acordo com a secretária da Cultura, Cláudia Costin, sete das nove fábricas devem estar prontas já em 2005, nos distritos de Brasilândia, Itaim Paulista, Vila Curuçá, Guaianazes, Sapopemba, Jardim São Luiz e Capão Redondo. “Ainda não estão definidos os terrenos a serem construídas as Fábricas de Cultura nos distritos de Cachoeirinha e Cidade Ademar”, explicou.

Cláudia Costin acrescentou que os trabalhos começam imediatamente com 153 entidades, sem fins lucrativos, parceiras, que serão reformadas. “Elas contribuirão para o desenvolvimento integral e a inserção social e familiar de crianças e jovens e a própria comunidade vai participar informando o que existe e propondo atividades a serem desenvolvidas”, explicou.

Segundo a secretária da Cultura, os moradores serão treinados e se tornarão multiplicadores das atividades culturais, por meio da criação dos conselhos distritais, nessa parceria com o BID, que tem o prazo de seis anos.

As Fábricas de Cultura vão contar com uma ampla variedade de atividades artísticas e culturais em várias áreas de expressão. Entre elas, Artes Cênicas, Artes Musicais, Artes Visuais, Multimídia e Leitura, que serão desenvolvidas em parceria com cerca de 150 associações sem fins lucrativos.

Política cultural

De acordo com a diretora executiva da Fundação Seade, Felícia Madeira, o programa tem um grande significado no salto de qualidade dos trabalhos da Fundação. “Nosso objetivo é buscar a cidadania e subsidiar o Estado nessas ações públicas e esse projeto, por meio do IVJ, com certeza será um grande impacto contra violência.”

Segundo ela, a Fundação Seade estará desenvolvendo indicadores para estabelecer o sistema de avaliação e acompanhamento do Programa, que visa fortalecer o Comitê Intersecretarial de Prevenção à Violência no Estado de São Paulo. A finalidade é que todas as secretarias de Estado atuem integralmente nos programas de prevenção à violência na periferia de São Paulo.

Essa política cultural para a inclusão social irá identificar os vazios e as superposições dos serviços sociais por meio de um levantamento das instituições públicas e privadas, recursos humanos e beneficiários existentes em cada distrito contemplado.

Para o representante do BID no Brasil, Waldemar Wirsig, o “Programa de Cultura e Cidadania para Inclusão Social – Fábricas de Cultura” representa muito mais que o crescimento econômico do País, por trabalhar com a inclusão social. “A idéia é superar as barreiras que dificultam a inserção de jovens e crianças na sociedade, pela cultura que tem um impacto positivo na vida dos jovens”, disse.

Segundo ele, com o programa do Governo do Estado quem ganha são os jovens “que terão uma perspectiva de futuro melhor, uma vida mais digna e a sociedade, que terá jovens preparados para o mercado de trabalho e menos violência”.

Lilian Santos