Governador vai chefiar missões internacionais para abrir mercado aos produtos paulistas

Alckmin presidiu a terceira reunião do Cericex

seg, 24/11/2003 - 15h59 | Do Portal do Governo

A partir do ano que vem, o governador Geraldo Alckmin vai comandar duas das três missões comerciais internacionais que serão realizadas pelo Executivo paulista, com o objetivo de abrir mercados externos para os produtos das empresas que constituem os Arranjos Produtivos Localizados (clusters) do Estado de São Paulo.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira, dia 24, durante a terceira reunião do Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Cericex), realizada no Palácio dos Bandeirantes. Participaram da reunião, além do governador, que preside o Conselho, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; o presidente da Agência de Promoção de Exportações (Apex), Juan Quirós; o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa; e o secretário estadual da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, que também responde como secretário-executivo do Conselho.

Os países a serem visitados em 2004 são os seguintes: Reino Unido (entre 13 a 20 de março); Argentina (no primeiro semestre de 2004) e Japão (de 17 a 24 de abril), sendo que estes dois últimos terão a presença de Alckmin.

Durante a reunião foi feita uma apresentação do Centro de Logística de Exportação (Celex), que será instalado em um prédio junto à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, numa área de mais de 30 mil metros quadrados, com investimentos de R$ 14,4 milhões da iniciativa privada. O objetivo é transformar o local em uma espécie de Poupatempo da Exportação com instituições como agências do SEBRAE, BNDES, Banco do Brasil, Correios, salas de conferências, entre outros, para atender o micro e pequenos empresários que queiram exportar.

Outro destaque da reunião foi o programa Arranjos Produtivos Localizados, que conta com o apoio da Fiesp, Sebrae e da Apex, órgão do Governo federal que está investindo recursos de R$ 290 milhões, junto com a iniciativa privada em 55 Arranjos Produtivos, com destaque para os setores de alimento (carnes/frutas), de bebidas e cachaças. Só na região da Campinas, a Apex está cadastrando 380 produções de cachaça.

Neste mês, a Agência aprovou seis novos projetos para o Estado paulista no valor de R$ 7,2 milhões. “Também foram liberados recursos para a cidade de Campinas aplicar na área de software. Contratamos a Unicamp para fazer um estudo sobre a vocação regional dos Estados, partindo de São Paulo”, explicou o presidente da Apex, Juan Quirós. Até o final do ano, a Agência de Promoção de Exportações deverá concluir 36 projetos em São Paulo no valor de R$ 118 milhões.

O ministro Furlan destacou os investimentos logísticos realizados pelo Estado em São Paulo. Ele espera que em 2004 o Estado continue a puxar as exportações e as importações. Ele prevê que para o próximo ano haja um aumento de 10% nas exportações nacionais. “Boa parte virá do agronegócio, principalmente da soja, que deve ter um crescimento de suas exportações, em 2004, de R$ 2,5 bilhões”, avaliou.

Como estímulos às exportações, o governador destacou a criação do Call Center, instalado nas dependências da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Em 90 dias, a Central já atendeu mais de 1.400 consultas por telefone de pequenos e médios empresários que querem exportar. “Hoje, a exportação significa emprego, renda e trabalho. Para se ter uma idéia da sua importância, há 20 anos o Brasil exportava para os EUA US$ 7,5 bilhões e a China, US$ 4,5 bilhões. Hoje, o Brasil exporta US$ 15 bilhões e a China, US$ 140 bilhões. Nós temos de pisar no acelerador nesta questão, identificando novos mercados, trabalhando para colocar os produtos e melhorando a competitividade dos nossos produtos”, ressaltou.

Ele destacou ainda os investimentos na área de logística em aeroportos e serviços de melhorias que facilitam o acesso aos Portos de São Sebastião e no de Santos. “Estamos fazendo um grande esforço para aumentar as exportações”, disse Alckmin, informando que as exportações paulistas em 2002 foram de US$ 16 bilhões, entre janeiro e outubro. No mesmo período, em 2003, atingiram a marca de US$ 18,7 bilhões.

“O Estado saiu de um déficit da balança comercial. Há um ano era em torno de US$ 200 milhões. O Estado mais importava do que exportava, e hoje está com superávit de balança comercial, perto de um US$ 1,5 bilhão”. Mesmo com as complicações de 11 de setembro que prejudicaram as vendas da indústria aeronáutica, houve um aumento de 20% das exportações comparado às vendas do ano passado.

Durante a reunião, foi autorizada a assinatura de um Protocolo de Intenções com a Rede Brasileira de Promoção de Investimentos (Investe Brasil). O vínculo de cooperação entre o Estado e a Investe Brasil será chamado de Associação Cooperativa e visa atrair investimentos diretos estrangeiros ao Estado, por meio de propaganda do Brasil no exterior e a divulgação, tanto no País quanto lá fora, de informações sobre a economia, o ambiente de negócios e a oportunidade de investimentos no Estado paulista.

Valéria Cintra

Leia matéria relacionada:

  • Estado assina protocolo de intenções com Investe Brasil