Governador inaugura Hospital Estadual de Sapopemba

Com 220 leitos, unidade poderá realizar 950 internações, 300 partos, 200 cirurgias e 450 consultas por mês

sáb, 05/04/2003 - 14h33 | Do Portal do Governo

A população da Zona Leste da Capital, recebeu, neste sábado, dia 5, o Hospital Estadual do Sapopemba. Este é o último dos 15 esqueletos de hospital que tiveram as obras retomadas a partir de 1995 e entregues pelo Governo do Estado. A implantação do hospital era uma antiga reivindicação da região de Sapopemba, que conta com meio milhão de habitantes e não possuía um só leito de hospital público.

“Esses novos hospitais vêm corrigir a grave distorção da distribuição de leitos hospitalares em São Paulo. Temos algumas regiões com enorme concentração de leitos e outras sem nenhum. Era o caso de Sapopemba, que com quase meio milhão de habitantes não tinha um só leito hospitalar”, declarou o governador Geraldo Alckmin. “Esta é uma luta de mais de 20 anos. O povo não é bobo. Não é o povo que tem de ir aonde os equipamentos públicos estão. São os equipamentos que devem estar onde aonde o povo vive”, completou.

Como todo hospital de grande porte, a unidade de Sapopemba entrará em funcionamento gradativamente. Na primeira fase, deverá receber as grávidas, inclusive de outros centros de saúde, nos 33 leitos da obstetrícia. Das sete salas do centro cirúrgico, três serão destinadas à obstetrícia. A partir deste sábado, o hospital realizará partos de baixo risco, apoio de ultrassonografia obstétrica e exames subsidiários. Também contará com leitos de acompanhamento conjunto e berçário. Ainda este ano serão colocados à disposição da população, gradativamente, outros atendimentos médicos, como cirurgias e exames para a rede externa.

Em 2004, o hospital deverá atingir pleno funcionamento. Com oito pavimentos e área de 13.442 metros quadrados, a unidade terá 220 leitos divididos entre pediatria, clínica médica, cirúrgica, obstétrica e ginecológica, neonatologia e pronto-socorro. Além disso, contará com 11 leitos de UTI adulto e outras 11 de UTI pediátrica, quatro salas de Centro Cirúrgico e três de Centro Obstétrico. Na área de diagnóstico, o hospital colocará à disposição da população tomógrafo, dois raios X, dois aparelhos de ultrassonografia, laboratório e endoscopia. Também contará com auditório e serviços de nutrição e dietética, lactário, lavanderia, central de material esterilizado, farmácia, anatomia patológica e necropsia.

Ao todo, o hospital poderá realizar, mensalmente, 950 internações, 300 partos, 200 cirurgias e 450 consultas médicas. Cerca de 500 mil pessoas, moradoras de Sapopemba e de 32 bairros vizinhos, serão beneficiadas diretamente.

O projeto custou R$ 37,5 milhões para o Estado. Durante a construção houve repasse de R$ 24 milhões. Os outros R$ 13,5 milhões foram investidos na compra de equipamentos e mobiliário.

O gerenciamento do hospital será de responsabilidade da Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que fará a contratação dos funcionários. A Fundação prevê empregar mil pessoas (quadro de total funcionamento do hospital), dos quais 300 serão médicos.

“Vai ser uma extensão do HC na Zona Leste”, disse Alckmin observando que os novos hospitais não são credenciados pelo governo federal. “São custeados 100% pelo tesouro paulista que não recebe verbas do SUS. O teto de repasse do SUS para São Paulo precisa ser aumentado para que se possa atender os novos hospitais também”, analisou.

A humanização no atendimento nos hospitais foi outro ponto destacado pelo governador. “É preciso ter pessoas treinadas para orientar os pacientes que chegam”. Ele disse que este trabalho será iniciado com um grupo de hospitais, e que o Estado vai promover um grade esforço para evitar que os hospitais tenham maca nos corredores. “Claro que a demanda é enorme, e quando mais se fizer, mais ela crescerá porque o atendimento é de qualidade”.

O diretor da faculdade de Medicina da USP, presidente do Conselho Deliberativo do HC, Giovani Guido Cerri, elogiou a descentralização que o governo está promovendo na saúde. “É muito bom levar os hospitais para perto das comunidades. Não sobrecarrega os hospitais e atende-se melhor as pessoas”.


15 esqueletos de hospitais retomados e entregues

Em 1995, a administração estadual encontrou 15 esqueletos de hospitais abandonados. Obras que consumiram recursos públicos e que não se reverteram em benefício para a população. O Governo paulista decidiu, então, não construir um único hospital novo enquanto esses 15 esqueletos não estivessem concluídos e funcionando. Assim, o Estado concluiu e entregou os hospitais de Itaim Paulista, Grajaú, Pedreira e Vila Alpina, na Capital; Carapicuíba, Pirajussara, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Diadema e Santo André, na Grande São Paulo; e Sumaré e Bauru, no Interior. Neste sábado, inaugura a unidade de Sapopemba, o 15º dos esqueletos.

Para viabilizar o funcionamento, o Governo paulista criou um novo modelo de gestão, as Organizações Sociais de Saúde (OSS), no qual entrega a administração da unidade a uma entidade sem fins lucrativos e com comprovada experiência no atendimento médico. As OSS contratam os funcionários e realizam o gerenciamento. O Estado repassa verba para manutenção do hospital, garantindo o atendimento 100% Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, gratuito, de qualidade e com igualdade.

Cíntia Cury/ Valéria Cintra