A presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), Lu Alckmin, implantou neste domingo, dia 06, em Itapeva, o Programa Padarias Artesanais em escolas estaduais do Interior, integrantes do Programa Escola da Família. São unidades de ensino que abrem as portas nos fins de semana para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. Até hoje já foram capacitadas mais de 4.000 escolas estaduais. O objetivo é levar o Programa para toda a rede estadual de ensino, cerca de 5.300 escolas.
A cerimônia foi realizada na Escola Estadual Profª. Nicota Soares, com a entrega simbólica de um kit de Padaria Artesanal. Ao todo, foram doados 80 kits que vão beneficiar 80 escolas na regiões de Itapeva, Itararé e Sorocaba. A banda de Jazz do município de Itapeva também fez apresentações musicais.
Para Lu Alckmin, além de capacitar, gerar renda e emprego, a instalação da Padaria Artesanal nas unidades de ensino visa aproximar a comunidade do convívio escolar, o que os leva a valorizar o patrimônio público, evitando a violência e a entrada de drogas nas escolas.
Estavam presentes no evento a Coordenadora do Programa Escola da Família, Cristina Cordeiro, o Prefeito de Itapeva, Luiz Antonio Cavanni, e autoridades locais.
Programa de Capacitação, Geração de Renda e Emprego
O projeto de Padarias Artesanais faz parte do Programa de Capacitação, Geração de Emprego e Renda do Fundo Social de Solidariedade. Consiste na produção de pães por processos caseiros, sem a utilização de equipamentos especiais ou conservantes.
O Fundo Social, em parceria com a Secretaria Estadual da Agricultura, capacita, em sua sede, os agentes multiplicadores, que têm o compromisso de repassar em suas comunidades as técnicas de panificação, além de noções de saúde, higiene, ética e cidadania. Desde o início do programa, mais de 16 mil pessoas foram capacitados.
Ex-catador de lixo, Silvio José Alves, fez o curso há mais de um ano e atualmente a venda de pães tornou sua principal renda. ‘Quando fiz o curso em São Paulo, voltei para minha casa motivado. Me sentia preparado para começar a vender os pães’, conta Silvio. Como voluntário da Escola Estadual Christiano Marques Bonilha, do município de Itararé, ele ensina a comunidade carente as receitas dos pães e de como tornar um negócio rentável.
Além do curso de panificação que Silvio dá na Escola, ele também trabalha em sua casa, fazendo pães para festas e para sua clientela fiel. ‘Continuo vendendo na vizinhança … batendo de porta em porta!’. Desta forma, ele já empregou duas pessoas que ganham por pão produzido e chegam a receber cerca de R$15,00 por dia. ‘Fico feliz em proporcionar oportunidade a outras pessoas, assim como eu tive’, fala Silvio.
Marli Aparecida Ribeiro Correa também conta que passou por momentos difíceis em sua vida. Atualmente ela é voluntária na Escola Estadual Profª Beathris Caixeiro Del Cístia, do município de Sorocaba e ensina o que ‘faz de melhor: cozinhar’. Ela fez o curso de panificação artesanal no começo do ano e, de lá pra cá, não parou de ensinar. ‘Adoro ser voluntária e ensinar as pessoas’, fala Marli. A cada 15 dias ela dá aulas de panificação e também de decoração de mesas para festas. Em sua escola, há uma lista de espera para fazer seu curso. Como justificativa para o sucesso das aulas, Marli diz que ‘o segredo está no milagre que ensino as pessoas fazerem com a água, a farinha e o fermento’.
Maria Lúcia de Camargo Toloto, é professoa readaptada da Escola Estadual Jeminiano David Muzel, do município de Itapeva, dava aulas de culinária no projeto Fazendo Arte na Escola. Em fevereiro deste ano fez o curso de panificação artesanal, em São Paulo, e passou então a ensinar os pães a comunidade carente. ‘Quando voltei de Sâo Paulo, arregassei as mangas e chamei a turma que já conhecia para começar o curso. Desde então, ensino a todos a fazer pãezinhos’ diz. Motivada Maria Lúcia conta que atualmente tem parceria com um supermercado local, que doa os insumos para as aulas de culinária e também de panificação. ‘Sinto-me realizada por ajudar a transformar a vida de pessoas que não tiveram oportunidade em pessoas vencedoras’.
Padarias Artesanais
Iniciado há quase cinco anos, o Programa de Padarias Artesanais já conta com mais de 8.000 unidades implantadas em todo o Estado, em cerca de 2.500 entidades sociais da Capital cadastradas no Fussesp, favelas e nos 645 municípios do Estado.
Os kits de padaria, compostos por forno, botijão de gás, batedeira, liquidificador, balança e assadeiras, são captados pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo junto à iniciativa privada e distribuídos gratuitamente a entidades e associações cadastradas, Fundos Municipais de Solidariedade e escolas. Cada kit custa, em média, de R$ 800 a R$ 1.200,00 dependendo da negociação do parceiro.
Christiane Rocha
