Fundo Social e Febem assinam convênios com Universidades para atender adolescentes

Seis universidades paulistas já aderiram ao projeto para atender menores em liberdade assistida

ter, 18/09/2001 - 11h16 | Do Portal do Governo


Seis universidades paulistas, por meio do Projeto Universidade Cidadã, do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo – Fussesp, estabeleceram parcerias com a Febem – Fundação pelo Bem-Estar do Menor. Com as adesões, cada universidade compromete-se a criar um espaço que possibilite a reinserção social do adolescente sentenciado.

A participação de universitários, devidamente treinados e capacitados como orientadores, permitirá o acompanhamento dos jovens por meio da supervisão de freqüência e do aproveitamento escolar. O trabalho desses alunos visará fortalecer o vínculo dos menores com suas famílias e com a comunidade em geral, oferecendo-lhes chances de reintegração à sociedade.

Segundo Maria Lúcia Alckmin, presidente do Fundo Social, a criança e o adolescente são prioridade absoluta, pois estão em processo de formação. “Estamos aqui hoje para apoiar o presidente da Febem, Saulo de Castro, na efetiva melhora da entidade. A sociedade tem que estar junto com o Governo para que alternativas eficazes construam uma nova realidade.”

Para o presidente da Febem, Saulo de Castro Abreu Filho, quanto melhor for a liberdade assistida menor é o tempo de internação e mais rápida a reintegração do adolescente na sociedade. Saulo enfatizou a importância da participação das universidades, pela qualidade do acompanhamento prestado: “o atendimento é individualizado, para cada aluno, um adolescente. Hoje, um técnico da Febem atende entre 40 e 50 meninos”. Há cerca de 13 mil adolescentes em liberdade assistida em todo Estado de São Paulo.

As instituições que participaram do encontro, no Palácio dos Bandeirantes, acertaram parceria com a Febem, para implantação de pólos de atendimento para menores infratores, internos na Fundação em regime de liberdade assistida.

As instituições de ensino superior a aderir ao projeto são: a UNIRP, Centro Universitário de Rio Preto; a Fundação de Ensino Eurípedes Soares Rocha, de Marília; a Universidade Metropolitana de Santos; o Centro Universitário Salesiano de Lorena; a Universidade Sagrado Coração de Bauru; e o Centro Universitário Fundação Instituto para Osasco.

O coordenador do Projeto Universidade Cidadã, Gabriel Chalita, também conselheiro do Fussesp, disse que as universidades, pelo poder político, econômico, social, educacional, funcionam como um centro de referência discutindo idéias e unindo pessoas de várias frentes.

“O interessante da Universidade é essa possibilidade de vários pólos que se encontram, vários olhares diferentes para um mesmo problema.” Chalita enfatiza a situação do adolescente que passa pela Febem e encontra barreiras para viver em sociedade: “a pessoa que sai da Febem fica com um estigma social terrível, não vai conseguir nenhuma colocação e é olhada com indiferença”. Daí a importância de um trabalho individual desenvolvido com o adolescente.

As parcerias levaram em conta experiências similares de sucesso como a do pólo Unama de Liberdade Assistida, desenvolvido pela Universidade da Amazônia, do Estado do Pará, em parceria com o Juizado da Infância e da Juventude de Belém do Pará.

A Unama tem como objetivo promover reflexões e criar a perspectiva de projeto de vida para adolescentes infratores e seus familiares. A instituição já recuperou mais de 50 adolescentes por meio do atendimento realizado pelos alunos e professores.

O trabalho da Unama, premiado pela Unicef, com o troféu Criança e Paz, foi apresentado pelo desembargador paraense, Paulo Frota. Esse projeto está baseado na interação entre jovens estudantes, técnicos das universidades, juízes e desembargadores que, juntos, oferecem o apoio socioeducativo que os menores infratores necessitam.