Entidade amplia oportunidade de trabalho para comunidades carentes
A ajuda aos mais necessitados é uma das principais ações do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp). O apoio da instituição não se restringe a entregar bens materiais para aliviar temporariamente a carência dos mais humildes, mas em fornecer também instrumentos que possibilitem a obtenção de renda e melhoria da qualidade de vida. Com esse objetivo a presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin, implementou um programa de geração de renda que, em 2001, instalou padarias artesanais e cursos de informática.
De acordo com a presidente do Fussesp, a comunidade carente não quer assistencialismo. “Em visitas às favelas da Capital, constatamos que uma das principais reivindicações dos moradores era a criação de cooperativas. Não adianta dar uma cesta básica hoje porque no mês que vem eles estarão com fome. Ao invés de darmos o peixe, queremos ajudá-los a pescar”, disse Maria Lúcia Alckmin.
O Programa de Geração de Emprego e Renda visa apoiar, por meio de repasse de mercadorias, recursos financeiros e assessoria técnica, a implantação de projetos que proporcionem a capacitação da população carente, ampliando as oportunidades de trabalho. O Fussesp articula as ações com os Fundos Municipais, sociedade civil e iniciativa privada, oferecendo estrutura para a atuação de agentes multiplicadores junto à comunidade.
Padaria Artesanal
Criada no final do ano passado, a Padaria Artesanal vem superando as expectativas. Só em 2001 foram adquiridos 1.033 kits, para implantação do programa, que estão sendo entregues em 621 municípios e 279 entidades da Capital. Para este ano já estão garantidos outros 500 kits. A iniciativa conta com a parceria do Grupo Santander-Banespa que destinou cerca de R$ 600 mil ao projeto.
Os kits de padaria, entregues ao Fussesp por empresas privadas, são repassados às entidades cadastradas que capacitam pessoas da comunidade para atuarem como multiplicadores. O curso, que dá direito a certificado, ensina a fazer diferentes tipos de pães e orienta sobre noções básicas de higiene.
Cada kit custa R$ 710,00 e é composto por uma balança mecânica com capacidade para dez quilos, um liquidificador industrial com capacidade para dois litros, quatro assadeiras de alumínio, uma batedeira doméstica, um forno a gás e um botijão de gás de 13 quilos. “Deste programa vão sair muitos padeiros. Os pães que eles fazem são deliciosos”, contou a primeira-dama.
Informática
O curso de informática proporciona aos alunos o conhecimento de novas tecnologias para facilitar a inserção no mercado de trabalho. Com carga horária de três horas diárias, o curso é dividido em três módulos: Windows, Word e Excel. A duração é de 24 horas/aula cada.
Ao final, a entidade recebe um equipamento para os que foram capacitados repassarem os conhecimentos adquiridos aos demais membros da comunidade. Esta iniciativa conta com a parceria do Ponto Frio, Senai, De Nadai, PC Tech.
Prioridade para saúde e educação
Maria Lúcia Alckmin assumiu a presidência do Fussesp em março de 2001 com uma verba de R$ 2 milhões. Deste valor, foram repassados R$ 8 mil para o desenvolvimento de projetos de marcenaria, corte-costura e padaria em 250 cidades. “Como o Estado tem 645 municípios, o critério utilizado foi o Índice Paulista de Responsabilidade Social”. Foram priorizados os locais que fazem investimentos nas áreas da saúde e educação.
“Com os recursos as cidades compram os equipamentos para montar o projeto. O município que receber o dinheiro e não implementar o programa é patrimoniado, ou seja, pode perder os equipamentos para outra cidade”, explica.
A primeira-dama comemora a participação da sociedade civil e da iniciativa privada nos programas do Fussesp, que também desenvolve cursos de costura e oficinas de pintura em tecido, bijuterias, sucata e reciclagem de papel.
Valéria Cintra
