Fundação e Museu da Energia vão contribuir na revitalização do Centro de São Paulo

Estado vai recuperar Casarão Santos Dumont

qua, 04/02/2004 - 14h32 | Do Portal do Governo


Um dos símbolos dos tempos áureos dos barões do café, o antigo Casarão Santos Dumont, localizado entre as alamedas Cleveland e Nothmann, em Campos Elíseos, está sendo recuperado. Por iniciativa do Governo do Estado, o terreno que abriga quatro antigas construções, será transformado na nova sede da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo. No local, serão instalados ainda um museu-tecnológico e um centro de pesquisa e divulgação científica em um dos mais valiosos acervos históricos preservados do Estado e do País.

O andamento das obras foi vistoriado nesta quarta-feira, dia 4, pelo governador Geraldo Alckmin. Avaliada em R$ 1,3 milhão a reforma será custeada por empresas estatais – (como Sabesp e outras da área de energia), além da iniciativa privada (Voith, Siemens, entre outras). As que participarem contarão com incentivos fiscais da Lei Rouanet.

O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Cultura e se encontra apto a oferecer abatimento de 100% do valor doado diretamente do imposto de renda da empresa patrocinadora, uma vez que se trata de investimentos em um patrimônio cultural tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

Construído por arquitetos do escritório de Ramos de Azevedo, há quase um século, neste casarão morou a família do aviador Santos Dumont, que fazia parte da elite cafeeira. Acompanhando a mudança dos tempos, a construção foi tomando outras finalidades. Virou escola, tornou-se propriedade estadual, foi invadida por movimento dos “sem teto”, sendo cedida em março de 2001 à Secretaria da Cultura que a transferiu para Fundação de Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo.

“São prédios arquitetônicos, que estão sendo restaurados, e retratam a época áurea do café. Estas obras vão ajudar a revitalizar a região de Campos Elíseos”, disse Alckmin.

Mesmo com a reforma é possível ver uma exposição que relata a chega dos bondes em São Paulo – desde os puxados por tração animal aos elétricos. “São Paulo ganha dois presentes: a recuperação dos prédios de grande valor arquitetônico e o museu de energia que vai manter a nossa história”, disse Alckmin.

Além da restauração do casarão contribuir para a revitalização da região que envolve a Estação da Luz, o executivo da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, Carlos Alberto Dêgelo, comentou que a
concentração de informações sobre o setor energético em um só local vai ajudar na divulgação desta importante área, tão presente na vida das pessoas.

Fases da restauração:

O terreno que abriga o casarão está ocupado por quatro construções antigas, sendo que três serão recuperadas e uma será demolida, dando lugar a um edifício com três andares. A restauração será feita em quatro etapas. Parte da primeira fase já está concluída. Inclui a instalação de telhados, janelas, portas e esquadrias e recebeu investimentos de R$ 900 mil. A outra parte, abrange a estrutura física dos três imóveis e deverá ficar pronta em novembro deste ano. O casarão principal será transformado na sede da Fundação e no museu, abrigando o acervo do setor energético que está espalhado em quatro museus pelo Interior do Estado: Jundiaí, Itu, Salesópolis e Corumbataí.

Um segundo prédio será transformado em uma cafeteria, terá loja e será espaço para exposições. A terceira fase inclui a demolição de um outro imóvel e a construção de um edifício de três andares, que abrigará o Centro de Informações Energéticas, um arquivo histórico centenário com biblioteca, as obras deverão ser iniciadas em 2005. A quarta fase abrange o restauro de pinturas decorativas.

Valéria Cintra