Frentes de trabalho vão criar 500 vagas para moradores de rua

Governo e entidades assistenciais apresentam projeto preliminar para bolsa e qualificação profissional a população de rua

qua, 25/08/2004 - 20h36 | Do Portal do Governo

Por determinação do governador Geraldo Alckmin, os secretários estaduais da Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena de Castro, e do Emprego e Trabalho, Francisco Prado, reuniram-se na tarde desta quarta-feira, dia 25, com entidades assistênciais para implementar a criação de 500 bolsas para moradores de rua nas Frentes de Trabalho do governo do Estado.

A ação foi desencadeada por Alckmin na parte da manhã, quando se reuniu no Palácio dos Bandeirantes com o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Humme e com o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral dos Menores de Rua.

O projeto foi apresentado à imprensa na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. O programa estadual das Frentes de Trabalho oferece bolsa de R$ 280 mensais, compreendendo cesta básica e vale-transporte, além de cursos de qualificação profissional. Os contemplados poderão trabalhar em obras do governo, como reformas de escolas, jardinagem e trabalhos nos parques estaduais, serviços de limpeza do metrô, entre outras.

“Nosso objetivo é criar uma política pública especialmente voltada aos moradores de rua; a meta é que essas pessoas se tornem autônomas e se emancipem, por isso é preciso reintegrá-las à sociedade, capacitá-las ao trabalho”, resumiu Maria Helena Castro.

Numa primeira fase, o projeto prevê que as entidades que já atendem os moradores de rua, irão realizar um trabalho de sensibilização e orientação para que eles possam ganhar auto-estima e se capacitar às bolsas oferecidas nas frentes de trabalho. Depois seriam encaminhados a uma frente de trabalho. O projeto deverá ficar pronto dentro de um mês.

De acordo com a secretária Maria Helena de Castro, os moradores serão selecionados pelas entidades religiosas e receberão uma capacitação especial, sócioeducativa e de acompanhamento, com ênfase no apoio psicológico e de recuperação de sua auto-estima. Durante este período – de seis meses, podendo estender-se até nove meses – serão identificadas as habilidades de cada um, para melhor encaminhamento nos postos de trabalho disponíveis junto aos órgão públicos.

As entidades trabalharão com uma cota de atendimento, cujos critérios serão estabelecidos no projeto, que será aprovado pelo governador Geraldo Alckmin.

O padre Júlio Lancelotti acentuou que o projeto atende 500 moradores num universo extremamente heterogêneo de 10 mil moradores. “É uma resposta para aqueles que estão com possibilidades de iniciar uma atividade de trabalho. E esses 500 podem se multiplicar com o tempo”, afirmou.

Outras ações do Governo incluem a definição de um local no centro da cidade, para a entidade Aliança da Misericórdia dar continuidade ao atendimento aos moradores de rua. Com relação à saúde, foi montada parceria com a Unifesp e a Secretaria Estadual da Saúde, para dar apoio à entidade Toca de Assis, em Cotia, no atendimento médico à população em situação de risco e vulnerabilidade social.

Nesta semana, o projeto Arsenal da Esperança, da Associação Internacional para o Desenvolvimento (ASSINDES) abrigou 20 moradores de rua, que durante três meses receberão capacitação, educação, atividades de esporte e lazer (cinema, inclusão digital). Foram abertas ao todo 93 vagas nestes últimos dias.

Participaram também da reunião, representantes da “Aliança de Misericórdia”, Centro Social Nossa Senhoras do Bom Parto, Sebrae, Organização de Auxílio Fraterno e Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo.

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