Governador assumiu o compromisso de abrir oportunidades de trabalho em instituições públicas, abrir vagas em cursos oferecidos em parceria com o Sebrae-SP e criar espaços para expor e comercializar o artesanato produzido por eles.
A Frente de Trabalho Especial atende 260 pessoas em situação de rua, que trabalham em entidades conveniadas com o governo do Estado. O programa foi criado em outubro de 2004, logo após o massacre de sete moradores de rua em agosto do mesmo ano.
Sede da Assindes (Associação Internacional para o Desenvolvimento), o Arsenal existe há nove anos oferece ocupação, renda e qualificação às pessoas desempregadas há mais de um ano, visando sua reinserção no mercado de trabalho.
Noel Nicolau Neto, de 23 anos, trabalha na biblioteca do Arsenal da Esperança e já fez três cursos profissionalizantes pelo Sebrae-SP, além de aprender informática no Acessa São Paulo.
O governador Geraldo Alckmin visitou nesta terça-feira, dia 5, o Arsenal da Esperança, sede da Assindes (Associação Internacional para o Desenvolvimento) em São Paulo. No local, no bairro do Brás, ele se encontrou com bolsistas do programa Frente de Trabalho Especial, criado pelo Estado em outubro do ano passado.
No encontro com os bolsistas, o governador assumiu o compromisso de abrir oportunidades de trabalho em instituições públicas, além daquelas oferecidas pelas entidades conveniadas. Outro compromisso é abrir vagas em cursos oferecidos em parceria com o Sebrae-SP. E, ainda, em parceria com a Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades), criar espaços para expor e comercializar o artesanato produzido por eles.
A Frente de Trabalho Especial atende hoje 260 pessoas em situação de rua, que trabalham em entidades conveniadas com o governo do Estado. O programa foi criado em 7 de outubro de 2004, por meio de um decreto publicado pelo governador Geraldo Alckmin, logo após o massacre de sete moradores de rua em agosto do mesmo ano.
Cada pessoa assistida pelo programa recebe uma bolsa trabalho de R$ 260 e uma bolsa alimentação de R$ 46,64. A idéia da criação da Frente de Trabalho Especial surgiu em uma reunião entre o governador, o cardeal arcebispo de São Paulo dom Cláudio Hummes, o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Morador de Rua, e mais 13 entidades assistenciais.
Entre os benefícios já proporcionados por esse programa destaca-se o convênio que foi firmado com a entidade Toca de Assis, por meio do qual foi cedido um casarão (antigo Palácio da Baronesa do Café) no bairro de Campos Elíseos. Localizada na rua Conselheiro Nébias, a segunda casa de acolhimento da Toca de Assis está abrigando 35 pessoas.
A Assindes é uma das entidades conveniadas ao programa. A instituição existe há nove anos e conta com repasse anual de R$ 3,384 milhões do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. O objetivo da Assindes é oferecer ocupação, renda e qualificação às pessoas desempregadas há mais de um ano, visando sua reinserção no mercado de trabalho. No local, funcionam dois programas estaduais: um Restaurante Bom Prato, que oferece refeições a R$ 1, e o Acessa São Paulo, que tem como objetivo combater a exclusão digital. Além disso, trabalham no Arsenal 31 participantes da Frente de Trabalho Especial.
O governador estava acompanhado da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena Guimarães de Castro, e do secretário de Emprego e Relações do Trabalho, Francisco Prado de Oliveira.
Frente resgata dignidade de pessoas
Voltar a viver com dignidade. É isso que grande parte dos participantes das Frentes de Trabalho Especial, criadas pelo Governo do Estado, diz que conseguiram há cerca de seis meses.
João Euclides de Almeida, de 44 anos, mora no Arsenal da Esperança há um ano e trabalha como auxiliar de serviços gerais há cinco meses. “Antes de vir para cá, morei quase dois anos na rua. Às vezes não tinha nem o que comer. Agora minha vida mudou. Aqui encontrei amigos, fiquei mais responsável e ainda ganho meu dinheiro”, comentou. Ele agradeceu o Governo paulista pelo programa. “O homem precisa ter um objetivo na vida e agradeço o Governo paulista por essa oportunidade que me foi dada”, disse.
O paranaense Noel Nicolau Neto, de 23 anos, contou que passou por muitas dificuldades em São Paulo. “Sempre sonhei em morar em uma grande cidade como São Paulo. Mas não conseguia trabalho. Morei na rua e fiquei um ano desempregado”, relatou. Atualmente ele trabalha na biblioteca do Arsenal da Esperança e já fez três cursos profissionalizantes pelo Sebrae-SP. “Também fiz curso de informática pelo Acessa São Paulo, do Governo do Estado. Agora estou realizando os meus sonhos”, disse.
Macedo Júnior / Roberto Kamide
