Folclore: Congada na universidade relembra cultura popular

Os rituais foram realizados na Casa do Lago da Unicamp

ter, 24/08/2004 - 11h57 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unicamp
Por Isabel Gardenal

Chapéus com fitas multicoloridas, fardas de dança, instrumentos, espadas e tambores. Tudo isso foi mostrado na segunda-feira, dia 23, em dois rituais de congada, manifestação popular em geral da região Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Os rituais foram realizados na Casa do Lago da Unicamp, durante a abertura do 9º Encontro com o Folclore. As guardas do Congo de Atibaia, Rosa e Vermelha, foram recepcionadas por José Avelino Bezerra, funcionário da Casa do Lago e um dos mentores da iniciativa, que vem se repetindo há 11 anos na Universidade.

A cerimônia chegou ao ápice com o ritual de levantamento dos mastros, em nome do divino Espírito Santo, Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Nossa Senhora Aparecida, São Gonçalo; e, pela primeira vez, a festa incluiu São Jorge e Padre Cícero (este último em homenagem a Antonio Avelino Bezerra, pai de Avelino, falecido há dois anos).

Segundo Avelino, o seu pai incutiu nos filhos o gosto pelo folclore e pela sua preservação. De Crato, Ceará, terra natal de “padim pade Ciço”, o pai relatava as festas populares com riqueza de detalhes, das quais muitas vezes Avelino participou. “É uma emoção poder viver a cada ano parte da tradição cearense”, conta. “Pois saibam que as grandes descobertas partem do ‘saber popular’”, declara.

A adesão à festa integra um projeto que também resultou na formação de um curso de extensão, atualmente em sua sexta edição. Oferecido pela Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp), o curso é denominado Introdução ao Folclore. Aberto inicialmente para 150 pessoas, o próximo contará com o dobro de participações. “Isso prova a afeição das pessoas pela cultura. Folclore não é só lenda e história de saci-pererê. Motiva o agir, o pensar e a imaginação”, constata.

O evento, que termina na sexta-feira, dia 27, também homenageia “sêo” Geraldo Arthur Camilo, rei do congo da Irmandade do Rosário de Contagem, MG, falecido com mais de 90 anos. “A comunidade dos Arturos esteve na Unicamp em 1995, quando fizemos uma festa do congado, mostrando as religiões populares”, descreve. “Ele era uma figura muito intensa e participativa.”

Programação

Uma exposição com um total de 115 fotos com foco no folclore, coloridas e em preto-e-branco, ilustrará os painéis da Casa do Lago diariamente até 3 de setembro. As fotografias, de Campinas e de Olímpia, interior de São Paulo, foram feitas por funcionários da Universidade, pelo jornalista Antonio José Scarpinetti (da Assessoria de Imprensa) e pelo analista de sistemas Everaldo Luís Silva (Setor de Informática da Reitoria), além de Raul Dadá (funcionário aposentado da Unicamp).

“São 40 anos do Festival do Folclore Nacional de Olímpia e dez de produção de imagens. Escolhi a temática por ter nascido nesta cidade, pela proximidade das festas e interesse pela cultura popular. Fui aluno do criador do festival, José Sant’Anna”, esclarece Scarpinetti.

Mais informações podem ser obtidas no site www.unicamp.br
V.C.