(Flash) – Barreiras internas para a exportação são mais prejudiciais que as externas

Afirmação é do presidente da Associação de Comércio Exterior, Benedicto Moreira

qua, 01/09/2004 - 17h13 | Do Portal do Governo

São Paulo – “As barreiras internas da exportação são mais prejudiciais que as barreiras externas, porque além de desestimularem a exportação, criam problemas de competitividade com a própria importação”, afirmou Benedicto Fonseca Moreira, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), durante o SP Exportação, no painel II, dedicado à infra-estrutura e logística.

Após traçar um panorama do comércio exterior no mundo, “hoje quase 80% dependem de 53 multinacionais e 400 acordos entre empresas seguindo a Unctad”, ele citou um conjunto de barreiras que dificultam as exportações brasileiras. “A burocracia é imensa no Brasil, em todos os setores. Os 20 e poucos ministérios baixam atos sobre comércio exterior; existem 3.600 atos de governo no comércio exterior, 300 leis, 600 decretos, enfim, é uma desordem que faz com que o pequeno e médio empresário se inviabilizem. Para Benedicto Fonseca Moreira, é preciso desmontar a burocracia, que é endêmica, mas também a burocracia tributária, que tem um custo equivalente ou maior que alguns tributos. Outros entraves, para ele, são o inadequado sistema de financiamento e o sistema de seguro, que é preciso corrigir.

Após apontar esses problemas, o presidente da AEB afirmou que o entrave “mais importante é o problema da logística integrada da infra-estrutura de transporte que é calamitoso; ou o Brasil resolve o problema, ou não vai crescer”, destacou.

O problema maior está no problema portuário, muito grave, um fator de forte inibição para as exportações brasileiras. “Temos 95 a 96% das exportações brasileiras em quantidade via mar, e obviamente, se tivermos portos truncados, caros e burocráticos, não vamos exportar.”

Após considerar que é preciso diversificar a pauta das exportações, hoje concentrada em “commodities”, disse que 90% da exportação brasileira está concentrada em 800 empresas. “O País tem 7 milhões de empresas, das quais 17 mil exportadoras. E dentre estas, apenas 800 que representam 90% do nosso comércio exterior”.

Por essa razão, ele defende que é preciso abrir o leque das exportadoras, incorporar as pequenas e médias empresas, “que não agüentam tanta burocracia.”

Takao Miyagui