Financiamento: Banco do Povo Paulista chega às pequenas cidades

O Banco do Povo Paulista foi criado para atender pessoas que não têm acesso ao sistema bancário tradicional e desejam montar, ampliar ou obter capital de giro para um pequeno negócio.

Consórcio

A forma que a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) encontrou para levar o programa de microcrédito, cuja logomarca é Banco do Povo Paulista, até as pequenas cidades foi estimular o sistema de consórcio para reduzir o custo operacional da unidade e manter o juro de 1% ao mês – o menor do mercado – sobre os valores financiados. E não faltam cidades interessadas. Toda semana, um novo grupo de prefeitos procura a Sert para pleitear a implantação da unidade do banco em seus municípios.

Nesta semana, o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Fernando Leça, recebeu os prefeitos de Castilho, Guaraçaí, Nova Independência e Murutinga do Sul, acompanhados do prefeito de Andradina, que preside a Associação dos Municípios do Extremo Noroeste, que voltaram para casa com resposta positiva.

Preocupados em criar condições para fixar a população de suas cidades, os prefeitos têm expectativa de que os financiamentos do Banco do Povo para micronegócios possam reduzir o êxodo para centros maiores. É o caso de Nova Independência, que há 15 anos tinha uma população de 4.500 pessoas – hoje são 2.500 habitantes. Lá, além da agricultura, a única fonte de emprego é a própria prefeitura. ‘Temos 156 funcionários e não podemos admitir mais ninguém’, conta o prefeito Valdemir Joanini. Com a chegada do Banco do Povo Paulista, ele espera que possam ser reativados projetos de horta comunitária e fábrica de farinha, além de transformar a granja de suínos numa agroindústria, ‘e outras idéias mais de pequenos negócios que vão aparecer’, acredita Joanini.

Capital do abacaxi – é de Guaraçaí, cidade de 9 mil habitantes, o título de maior produtor de abacaxi do Estado, mas são as 24 microfábricas de mesas e cadeiras, expostas nas ruas de várias cidades e vendidas direto ao consumidor, que respondem por parcela importante dos empregos. Lindaura Pereira Pinto, prefeita de Guaraçaí, está convicta de que com a linha de microcrédito oferecida pelo Banco do Povo Paulista a mão-de-obra ociosa em seu município será absorvida.

A segunda maior produtora paulista de abacaxi, Murutinga do Sul (4 mil habitantes), tem na fruticultura sua principal atividade, mas esse quadro começa a mudar. As novidades ficam por conta da produção de salgadinhos congelados vendidos na região e em alguns pontos da capital e da recém-criada cooperativa de doces caseiros formada por um grupo de 27 mulheres. ‘Elas já compraram o equipamento de resfriamento e esperam financiar através do Banco do Povo Paulista a máquina de embalagem’, adianta o prefeito Ivan Antônio Pereira. Em Murutinga também existe meia-dúzia de microfábricas de mesas e cadeiras, similares às das cidades vizinhas, que, segundo o prefeito, têm interesse nos financiamentos do Banco do Povo Paulista para aumentar a produção.

Do grupo, Castilho é a cidade mais populosa do grupo, com quase 16 mil habitantes. ‘Somos a terceira do Estado em extensão territorial – 1.050 quilômetros quadrados’, enfatiza o prefeito Joni Marcos Buzachero. A cidade preserva a vocação para a agricultura e pecuária leiteira e de corte, e recentemente foram assentadas 900 famílias na zona rural. ‘Haverá grande procura por financiamentos’, afirmou o prefeito de Castilho.

Assim como essas, outras cidades de pequeno porte já tiveram seus pedidos aceitos e se preparam para receber a unidade do Banco do Povo Paulista em sua região.

Consórcios que serão inaugurados no próximo sábado, dia 22