Festival de Inverno: Obras do compositor alemão Carl Orf são destaque neste fim de semana

Da Agência Imprensa Oficial

Coro da Orquestra Sinfônica do Estado, Jazz Sinfônica, Banda Sinfônica Jovem, Orquestra de Cordas do Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos (CDMCC), de Tatuí, e Quinteto Metalessência são as atrações deste fim de semana no Auditório Cláudio Santoro. As apresentações integram a programação do 34º Festival de Inverno de Campos do Jordão promovido pela Secretaria de Estado da Cultura.

Como destaque, as obras do compositor alemão Carl Orf. Sua música Catulli Carmina será executada pelo Coro da Orquestra Sinfônica do Estado, com regência da maestrina Naomi Munakata, nesta sexta-feira, às 21 horas, com transmissão ao vivo pela Rádio Cultura. A obra do compositor será, inclusive, tema de debate amanhã (12), às 14 horas, no hall do auditório.

Trilogia Carmina Burana

Nascido em Munique em 1895, oriundo de uma família de oficiais militares voltados aos estudos científicos e históricos, e grandes amantes da música, Orf recebeu formação musical e humanística apuradas. Autor de inúmeras obras, ao longo de quase 60 anos, ganhou celebridade como compositor pela Trilogia Carmina Burana, de 1937. A peça estreou no mesmo ano, em pleno regime nazista. Como continuação, escreveu Catulli Carmina, em 1943, e Trionfi dell´ Afrodite, em 1952. A primeira parte obteve destaque internacional e tornou-se um dos maiores sucessos da música contemporânea.

Feita em três atos para solistas e coro, Catulli Carmina é acompanhada por uma orquestra de quatro pianos e instrumentos de percussão.

Apesar de ser conhecido mundialmente por suas obras de grande impacto e polêmica, o compositor teve como projeto de vida o seu centro de educação musical para crianças e amadores, criado em 1925. Dedicou-se a ele até sua morte, em 1982, em Munique. Suas teorias estão preservadas até hoje na obra, composta de cinco volumes, Música para crianças.

Jazz Sinfônica

A Orquestra Jazz Sinfônica, regida pelos maestros Cyro Pereira e João Maurício Galindo, vai interpretar amanhã (12), às 21 horas, composições de Nelson Ayres, Villa Lobos, Radamés Gnatalli e do próprio Pereira, um dos mais versáteis maestros da atualidade.

Como compositor de música erudita, teve seu quarteto de cordas estreado pelo Quarteto Municipal em 1973 e seu concertino para o Zimbo Trio e Orquestra do Teatro Cólon, de Buenos Aires, sob a regência de Simon Blech. Ficou também conhecido por sua parceria com Mário Albanese na criação de Jequibau, que teve dezenas de gravações no mundo inteiro.

Workshops com músicos nacionais e internacionais

O 34º Festival de Inverno de Campos do Jordão está com inscrições abertas para as masterclasses e workshops com renomados músicos nacionais e internacionais. As fichas de inscrição estão disponíveis nos sites: www.festivaldeinverno.sp.gov.br e www.cdmcc.com.br. A seleção será feita pela análise curricular.

São 80 vagas distribuídas nos seguintes cursos: arranjo vocal – instrumental (15), coordenado por Tasso Bangel, regência coral (15) por Erik Westberg (Suécia), flauta transversal (20), por Mary Clardy (USA), violoncelo (10), por Cláudio Jaffé, e trompa (20), por Fernando Chiappero (Argentina) e Charles Kavalosky (USA).
Os workshops ocorrerão em Campos do Jordão, na Escola Irene Lopes Sodré (Rua Dr. Luiz Carlos Pinotti, 30 – Jaguaribe – Tel. 263-2519) e TCC (Rua Teodoro Correa Cintra, 365 – Tel. 3664-3921).

Crianças carentes assistem a aulas de música

Pela primeira vez, a 34ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão oferece aulas de flauta, expressão corporal e canto às crianças consideradas em situação de risco social. No final do curso, os alunos vão se juntar aos estudantes do Projeto Guri e se apresentarão na Praça do Capivari.

Durante todo o mês de julho, 58 crianças – de sete a onze anos – estudarão música na Escola Irene Lopes Sodré, na Vila Jaguaribe. O projeto foi idealizado pelo professor Sigrido Levental e desenvolvido pelas professoras Irene Souza Lima de Almeida e Darli Margarete Ventura Paulillo.

Afetivas e interessadas

Irene diz que é muito prazeroso ensinar música a essas crianças. “Elas são extremamente afetivas e interessadas.” Darli acrescenta que elas são muito mais empenhadas no aprendizado: “O interesse é tão grande que o resultado supera qualquer expectativa”.

“Por mim, a gente amanhecia cantando. Não queria nem ir embora. Adoro tocar flauta e se puder vou ser profissional”, comenta a sorridente Suzana da Silva de Jesus, de 11 anos, uma das mais animadas do curso.
Alguns comentários chegam a surpreender, como o de Bruno Soares de Oliveira, 10 anos: “É relaxante poder tocar e observar o movimento”. Ou o de Felipe Ribeiro de Almeida, 11 anos: “Música é uma arte e é maravilhoso fazer parte dela”.

Programação do fim de semana