Governador Geraldo Alckmin e Ministro dos transportes Anderson Adauto durante entrevista coletiva à imprensa
A construção de um Ferroanel para desafogar o transporte ferroviário de cargas e passageiros no Centro de São Paulo foi o principal assunto debatido na reunião
Governador Geraldo Alckmin recebe o Ministro dos Transportes Anderson Adauto no Palácio dos Bandeirantes
Alckmin concede entrevista coletiva à imprensa
A construção de um Ferroanel para desafogar o transporte ferroviário de cargas e passageiros no Centro de São Paulo foi o principal assunto debatido entre o governador Geraldo Alckmin e o Ministro dos Transportes, Anderson Adauto, no encontro realizado nesta quarta-feira, dia 29, no Palácio dos Bandeirantes.
Eles também discutiram alternativas para recuperação de rodovias federais, a regionalização do Porto de Santos, a construção do trecho sul do Rodoanel e o transporte hidroviário paulista.
Adauto advertiu que o setor ferroviário tem de ser considerado prioridade, mas atualmente está sendo pouco utilizado. Segundo ele, na cidade de São Paulo, o gargalo encontra-se na Estação da Luz, onde passam trens de carga e passageiros, gerando um congestionamento. A saída para desobstruir será a construção de um Ferroanel, que deverá aproveitar o mesmo trajeto do Rodoanel.
Alckmin explicou que nos últimos anos houve um grande aumento no número de transportes de passageiros e de cargas em São Paulo. ‘Estamos com 1,1 milhão de passageiros transportados diariamente e ainda este ano isso deverá aumentar, devido à Linha 4 do Metrô e à Operação Centro. Simultaneamente, o transporte de cargas também está crescendo. Há poucos anos, 5% da carga que chegava ao Porto de Santos ia por ferrovia. Hoje está em 16% e, ainda este ano, passará para 21%’, comparou.
O governador destacou que a dificuldade é compatibilizar o transporte de cargas e passageiros na Estação da Luz. ‘Quanto mais cresce o número de passageiros, mais aumenta a demanda de trens para esta função’, observou. Segundo ele, a curto prazo, o Governo do Estado está liberando o transporte de cargas no local diariamente da 0 hora até 4 horas e estudando outros horários fora do pico para abrir mais espaços. ‘Mas a solução definitiva é o Ferroanel, para tirar o trem de carga do Centro de São Paulo’, confirmou.
Também já estão sendo desenvolvidos estudos para que junto ao Rodoanel seja feito também o Ferroanel. ‘O Tramo Sul já terá o espaço reservado para além do anel rodoviário, ter o anel ferroviário’, adiantou Alckmin, acrescentando que também está sendo desenvolvido o Projeto Executivo e o Plano Diretor para retirar o trem de carga do Centro da cidade.
Outras propostas
Dentre as outras propostas debatidas no encontro, Alckmin citou a questão das rodovias federais, como a Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Paraná, e a Fernão Dias, que faz o trajeto da capital paulista até Minas Gerais. Ambas estão necessitando de recapeamento e contam com obras paralisadas pelo Governo Federal. ‘O ministro disse que está elaborando um plano de recuperação da malha rodoviária’, disse.
Alckmin também anunciou uma proposta para que a União transfira para o Estado de São Paulo a administração das rodovias Transbrasiliana (BR 153) e Rio-Santos (BR 101). Muitos trechos destas rodovias estão em más condições e os caminhoneiros acabam evitando utilizá-las e sobrecarregam a malha estadual. ‘Nós propusemos aplicar todos os recursos federais referentes a estas estradas exclusivamente na recuperação das próprias rodovias’, garantiu o governador.
A regionalização do Porto de Santos também esteve na pauta. Foi debatida a possibilidade do Poder Federal participar do conselho e da direção da nova administração, além de realizar o papel de regulador e fiscalizador, junto com o Governo do Estado e os municípios de Santos, Guaruja e Cubatão.
A parceria na implantação do Rodoanel e a construção de uma dragagem no Remanso de Três Irmãos no canal de Pereira Barreto, para facilitar o acesso hidroviário ao Rio Paraná, foram outras solicitações feitas por São Paulo.
Rogério Vaquero
