Febem: Plano de reestruturação pedagógica é colocado em prática

Proposta é reorganizar trajetória escolar dos adolescentes internados

ter, 19/07/2005 - 10h41 | Do Portal do Governo

Os adolescentes que cumprem medida de internação em todas unidades da Febem passaram por um processo de avaliação de escolaridade. As provas têm por finalidade diagnosticar os conhecimentos escolares dos jovens.

A idéia do exame é resultado de uma pesquisa da equipe técnica da Febem, que concluiu que 80% dos jovens da fundação apresentam distorção em idade/série.

O plano pedagógico vai proporcionar um melhor atendimento aos internos. Os adolescentes serão inseridos em classes de educação básica, de acordo com a idade e conhecimentos.

Foram aplicadas duas provas: uma para aqueles já matriculados no Ensino Fundamental e outra para os matriculados no Ensino Médio. Cada prova será formulada com 20 questões objetivas e uma redação.

Os testes serão elaborados por técnicos da Coordenadoria Técnica Pedagógica da Febem e corrigidos por especialistas contratados pela Secretaria de Estado da Educação e Fundação Para o Desenvolvimento da Educação.

O plano pedagógico da Febem foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin, em maio. Ele foi preparado pela diretora técnica da Febem, professora Maria Inês Fini – criadora do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) – cujo principal objetivo é oferecer uma possibilidade de mudança qualitativa na vida do jovem que entra na instituição e lhe ofereça perspectivas por meio do trabalho.

O plano está articulado sobre três princípios: escolarização básica adequada aos adolescentes da Febem; educação profissional; e trabalho cooperativo.

Educação Básica –

A maioria dos internos está fora do ano escolar adequado à idade. Por isso, a educação básica na fundação será reestruturada em classes de aceleração, adequadas ao nível de desenvolvimento dos alunos, regidas por professores capacitados e apoiados por material pedagógico.

Para isso, os adolescentes serão submetidos a provas que avaliarão seus conhecimentos. A partir daí, serão organizadas classes de aceleração de acordo com a idade e os conhecimentos dos internos para reposição de escolaridade.

Os professores serão capacitados para trabalhar com esses processos de aprendizagem, e será preparado material didático apropriado.

Educação profissional –

Estará voltada aos adolescentes em medidas socioeducativas, de todas as faixas etárias, com concessão de certificação profissional e inserção no mercado de trabalho de modo organizado e tutelado pela Febem.

A educação profissional será ofertada aos adolescentes em regime de internação, nos complexos e unidades da capital e nas unidades do interior, de ambos os sexos, e aos adolescentes em regime de semiliberdade e liberdade assistida, mediante parcerias específicas com o Centro Paula Souza, ONGs e outras instituições que oferecem educação profissional.

Serão oferecidos cursos nas áreas de artes, comunicação, telecomunicações, indústria, agricultura e construção civil. Todos os cursos conduzirão gradativamente os adolescentes à certificação profissional.

Se o interno que participar do Programa de Educação Profissional for conduzido aos programas de liberdade assistida ou semiliberdade antes da conclusão do curso, dará prosseguimento aos estudos numa unidade de ensino do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, via convênio em fase de formatação.

O Programa de Educação Profissional será organizado de maneira modular de forma que o adolescente, ao concluir um conjunto de módulos, obterá a conseqüente certificação profissional, desde que siga um itinerário formativo para uma dada área de formação. Os cursos contemplarão também as vocações regionais.

Cooperativa de Trabalho –

Para concluir o processo de formação profissional e possibilitar a inclusão do adolescente no mercado de trabalho, a Febem criará uma cooperativa. O objetivo é oferecer uma possibilidade de renda a internos e ex-internos por meio da produção de itens e oferta de serviços à própria Febem, a outros órgãos do governo estadual e para a comunidade em geral. A cooperativa também funcionará como elemento de conexão entre o jovem e o mercado de trabalho.

Charles Roberto, Da Assessoria de Imprensa da Febem