Febem de Parelheiros é desativada

Os últimos 18 menores infratores que ocupavam o local foram transferidos para outras unidades

qua, 03/07/2002 - 17h23 | Do Portal do Governo


A Febem de Parelheiros foi definitivamente desativada nesta quarta-feira, dia 3. Os últimos 18 menores que ocupavam o local foram transferidos para outras unidades da Capital e do Interior. O espaço será transformado em um Centro de Detenção Provisória (CDP) para abrigar presos que aguardam julgamento, mas que atualmente estão em Distritos Policiais.

O processo de desativação começou em fevereiro deste ano, quando a Febem Parelheiros deixou de receber menores infratores. No mês de março começaram as transferências de 262 adolescentes. A presidente da Fundação para o Bem Estar do Menor (Febem), Maria Luiza Granado, disse que a capacidade do local era de 320 pessoas.

Maria Luiza explicou que o principal motivo para o encerramento dos trabalhos nesta unidade foi a falta de condições apropriadas. ‘Este local foi construído para ser uma cadeia e não uma Febem. Era o pior prédio que tínhamos, sem condições para o desenvolvimento de atividades pedagógicas e educacionais’, afirmou.

O Governo do Estado está desenvolvendo uma nova política administrativa na Febem. O governador Geraldo Alckmin disse que as grandes unidades de São Paulo estão sendo substituídas por outras menores em diversas cidades do Estado. ‘Com este modelo descentralizado, os adolescentes ficam perto da família, dos amigos e das namoradas. Isso é muito importante no processo de recuperação’, observou.

O governador entrou no ônibus que iria transferir os últimos menores da Febem Parelheiros e conversou com eles. ‘Um deles me disse que sua família mora no município de Matão. Então, ele pediu para ser transferido para a Febem de Araraquara. É isso que temos de fazer’, analisou.

Outra mudança fundamental realizada na Fundação nos últimos anos foi a introdução de uma forte agenda educativa. Especialmente de educação para o trabalho, com oficinas e cursos profissionalizantes.

Alckmin destacou que a comparação dos últimos três anos demonstra que o trabalho está dando certo. Em 2000 ocorreram na Febem 1.500 fugas e 60 rebeliões. O número caiu para 60 fugas e duas rebeliões em 2001. ‘Este ano, não houve nenhuma rebelião’, disse. O número de reincidência também está caindo. Antes, 30% dos adolescentes que saíam da Febem acabavam voltando para as unidades, hoje o índice está em 6%.

Atualmente, o Estado está construindo 11 unidades no Interior. Maria Luiza disse que cada vez mais os prefeitos estão apoiando a construção nas suas cidades, mas que ainda é preciso encontrar mais terrenos. ‘Especialmente na região do ABC paulista, onde ainda não temos nenhum terreno e de onde vêm muitos jovens infratores’, ressaltou.

Rogério Vaquero