Fauna: Época do defeso do camarão terminará em 31 de maio

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sex, 24/05/2002 - 16h16 | Do Portal do Governo

A proibição da captura do camarão-rosa, denominada defeso, termina em 31 de maio depois de três meses em vigor. Ela foi implantada a partir de 1984. O camarão-rosa é um dos principais produtos pesqueiros das regiões Sudeste e Sul do país, especialmente em termos de valor monetário.

A medida é necessária porque nesta época do ano os camarões jovens migram para o mar aberto para compor o estoque adulto. Esse retorno deve-se ao fato de que as pós-larvas do camarão-rosa obrigatoriamente penetram no estuá-rio, onde passam essa fase de suas vidas se alimentando intensamente até atingir a fase migrante de juvenil, conforme explica o pesquisador Evandro Severino Rodrigues, do Instituto de Pesca (IP-APTA).

Segundo ele, o camarão-rosa sofre uma captura muito intensa. Por isso o defeso é a oportunidade de reequilí-brio, uma vez que seu estoque se encontra em estado de declínio no Sudeste-Sul.

Mas a queda da pesca extrativista do camarão marinho está levando, inclusive, ao crescimento da carcinicultura, que é a criação de espécies exóticas de cama-rão. Um exemplo disso é o camarão cinza, originário do Oceano Pacífico, que atualmente é a espécie mais importante na maricultura nacional.

O defeso não só protege o recrutamento do camarão-rosa, como também atinge o camarão-sete-barbas, no in-tuito de proteger os jovens camarões-rosa que cruzam a área de pesca do ‘sete-barbas’, espécie capturada principalmen-te pela frota de embarcações de pequeno porte (pesca artesanal).

Dados disponíveis mostram que, em 1999, foram capturados no Estado de SãoPaulo 391,8 mil quilos de camarões-rosa e 1,029 milhão de quilos de camarões sete-barbas. Comercializou-se também o camarão legítimo (branco), que contribuiu com 32,7 mil quilos. Além destas espécies, existem outras com menor produção, capturadas e misturadas com o sete-barbas, segundo o pesquisador Gilberto José de Melo Servo, do Pesca.