Fapesp: Substância encontrada no corpo humano é a base de biomateriais para tratar lesões na pele e

Produtos têm potencial para substituir com vantagem os medicamentos à base de nitroglicerina e nitroprussiato de sódio

seg, 08/12/2003 - 18h36 | Do Portal do Governo

Uma das menores e mais versáteis moléculas produzidas pelo organismo, o óxido nítrico (NO), é a matéria-prima de novos materiais destinados a tratar hipertensão arterial, aterosclerose, queimaduras e lesões de pele. A síntese e a formulação de biomateriais que liberam de forma controlada essa molécula de apenas dois átomos, um de oxigênio e um de nitrogênio, renderam à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o pedido de registro de seis patentes no Brasil.

As pesquisas, iniciadas em 1995 no Instituto de Química da universidade paulista e coordenadas pelo professor Marcelo Ganzarolli de Oliveira, resultaram na preparação de três compostos atóxicos, com propriedades antitrombóticas, antiinflamatórias e antiproliferativas (atividade que impede o crescimento celular), que foram adicionados a um gel aquoso e a polímeros sólidos e líquidos.

Os produtos têm potencial para substituir com vantagem os medicamentos à base de nitroglicerina e nitroprussiato de sódio, utilizados para controlar crises de hipertensão e de angina do peito. E também para uso em angioplastia, técnica que consiste em desobstruir as artérias coronárias em processo de aterosclerose. O polímero contendo óxido nítrico, em forma de uma película muito fina, reveste o stent, uma pequena malha metálica de cerca de 2 centímetros de comprimento utilizada como sustentação mecânica para impedir que a artéria volte a se fechar. A função da substância, nesse caso, é evitar a proliferação das células musculares da parede da artéria que, mesmo com a presença do stent, podem levar a uma reobstrução do vaso.

Outra aplicação muito promissora é o uso do gel para o tratamento de feridas provocadas por queimaduras e doenças na pele, como a psoríase (enfermidade não contagiosa que provoca lesões avermelhadas e descamativas) e a leishmaniose cutânea, moléstia endêmica em países tropicais.Essa linha de pesquisa com óxido nítrico começou a ser desenvolvida pelo professor Ganzarolli quando ele retornou ao Brasil, após terminar seu pós-doutorado na Universidade de Southampton, na Inglaterra.

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Dinorah Ereno – Revista Fapesp