Fapesp: Simpósio discute sobre confecção de instrumentos de corda

Discussão será sobre aspectos técnicos dos diferentes tipos de madeira que podem afetar a qualidade da confecção de instrumentos de corda

sáb, 15/03/2003 - 17h09 | Do Portal do Governo

No terceiro e último dia do simpósio Pau-brasil: Ciência e Arte , que acontece no auditório da FAPESP, em São Paulo, os debatedores se concentraram em aspectos científicos dos diferentes tipos de madeira para levantar questões sobre a confecção de instrumentos de corda, especialmente o arco de violino.

‘Não existe nenhuma madeira que seja tão boa quanto o pau-brasil na confecção de arcos de violino’, afirma o japonês Kazuya Minato, professor do centro de agricultura da Universidade da Prefeitura de Kyoto, que há dez anos estuda o assunto.

Minato, que também presta serviços à empresa de instrumentos musicais Yamaha, mostrou que os componentes químicos da madeira brasileira fazem a diferença na confecção de instrumentos musicais. Segundo o pesquisador, tais componentes, quando retirados do pau brasil e transportados para outros tipos de madeira, permitem até mesmo um aumento nas características vibracionais dos instrumentos.

A especialista em estruturas anatômicas de madeiras do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da USP, Veronica Angyalossy Alfonso, fez uma análise comparativa de outros tipos de madeiras utilizadas na fabricação de instrumentos, como o pau rainha, pau santo, pau ferro e a maçaranduba.

Tais espécies possuem várias afinidades técnicas com o pau brasil, como o volume dos vasos, estratificação dos raios, presença de cristais e orientação das fibras e texturas, o que acaba ampliando as opções de compra e venda entre os comerciantes de arcos de violino, por exemplo. A orientação das fibras e a quantidade de celulose da madeira são variáveis essenciais para um arco de boa qualidade.

Thiago Romero – Revista Fapesp