Fapesp: São Paulo vai licitar fábrica para a produção de hemoderivados

Fábrica, que entrará em operação em um ano e meio, está orçada em R$ 100 milhões

ter, 24/08/2004 - 17h47 | Do Portal do Governo

O governo do Estado de São Paulo deve iniciar, nos próximos 60 dias, a licitação das obras da fábrica de hemoderivados para a produção de proteínas obtidas a partir do plasma. O projeto é do Instituto Butantan. A fábrica, que entrará em operação em um ano e meio, está orçada em R$ 100 milhões e será instalada em área próxima ao Paço das Artes, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP). ‘O produto de maior interesse será a imunoglobulina, que representará 50% do faturamento.

Também produziremos os fatores de coagulação VIII e IX, utilizados no tratamento da hemofilia A e B, e albumina’, adianta Isaias Raw, do Centro de Biotecnologia do Butantan e presidente da Fundação Butantan.O início das operações dependerá de convênio a ser firmado entre o Estado de São Paulo e o Sistema Único de Saúde (SUS) para o fornecimento de matéria-prima – o plasma -, já que a compra de sangue e a venda dos derivados são proibidas no país por determinação constitucional.

‘A maior parte do sangue é recolhida pelo SUS, em São Paulo’, justifica Raw. Ele é transportado congelado para ser processado na única fábrica brasileira de hemoderivados, em Pernambuco, que atualmente está parada. Quando em operação, produz apenas a albumina e em quantidade suficiente para atender a 7% da demanda nacional. Raw lembra, no entanto, que o mercado da albumina obtida a partir de plasma está em declínio, já que o produto está sendo substituído por polímeros sintéticos, livres de vírus, para o tratamento de choque.

Outra parcela do plasma é processada por duas empresas – uma francesa e outra austríaca – selecionadas em 2002 por concorrência internacional para produzir parte das necessidades nacionais de imunoglobulina e os fatores VIII e IX.O déficit de abastecimento de hemoderivados – que exige que o país gaste algo em torno de US$ 150 milhões para atender a toda a demanda – e o fato de boa parte do plasma coletado ser descartado justificam investimentos na produção nacional, de acordo com Raw.

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Claudia Izique – Agência Fapesp