Fapesp: São Paulo e Amazonas fecham intercâmbio

Pesquisas desenvolvidas no estado paulista serão aproveitadas na região amazônica

ter, 30/09/2003 - 12h37 | Do Portal do Governo

Da Agência da Fapesp
Por Thiago Romero

A reunião interna do Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), que ocorreu nos dias 25 e 26 de setembro, em Manaus (AM), foi marcada pelo convênio firmado entre São Paulo e Amazonas.

Segundo o documento assinado, pesquisas desenvolvidas no Estado de São Paulo, como o programa Biota/FAPESP, poderão ser aproveitadas integralmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), instituição de fomento que começou a funcionar em maio. O Biota tem o objetivo de caracterizar toda a biodiversidade do Estado de São Paulo, definindo os mecanismos para sua conservação, o seu potencial econômico e a sua utilização sustentável.

“Faltam muitos recursos humanos na região amazônica e o objetivo é que haja um intercâmbio entre os pesquisadores dos dois estados para que sejam adquiridos novos conhecimentos”, disse Francisco Romeu Landi, presidente do Fórum das FAPs e diretor-presidente da FAPESP, à Agência FAPESP.

No encontro foram discutidas também as relações de descentralização dos recursos federais, a serem repassados aos estados de forma proporcional, de acordo com o número de pessoal ocupado em pesquisa de cada região, PIB e número de pesquisadores disponíveis. Para Landi, ainda existem muitas questões de natureza administrativa a serem esclarecidas.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está estruturando um novo programa de descentralização de recursos visando a um modelo semelhante ao de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP. “A idéia é que a Finep repasse os recursos necessários para que todas as FAPs tenham um programa semelhante ao Pipe, de acordo com as condições industriais e de serviços presentes em cada Estado”, disse Landi.

Ele ressaltou que, pela primeira vez na história, o Ministério da Ciência e Tecnologia percebeu que utilizar as FAPs traz vantagens, não só porque o dinheiro é efetivamente aplicado e revertido em pesquisa, mas também pelo fato de as FAPs estarem mais próximas dos pesquisadores e conhecerem muito bem o tipo de pesquisa que estão desenvolvendo.

“Existe uma interação direta entre as fundações de amparo e os pesquisadores, o que gera um conhecimento íntimo sobre o trabalho que está sendo desenvolvido e sobre a forma como o dinheiro tem sido aplicado. Isso fortalece as FAPs, pois assim elas passam a ser vistas pelos governadores locais como órgãos capazes de carrear recursos federais para o Estado”, disse.

O presidente do Fórum das FAPs ressalta que deve haver uma maior continuidade com relação aos repasses dos recursos. “Só assim o pesquisador sente que está avançando com seus estudos”, disse. Para ele, é necessário também investir no crescimento econômico da região onde as pesquisas estão sendo desenvolvidas, para que as pessoas sejam fixadas e possam trabalhar no local onde realizaram suas inovações. “É preciso que sejam criadas mais formas de estímulo para inversão de capitais nos Estados”, disse Landi.

Mais informações podem ser obtidas no site www.agencia.fapesp.br

V.C.