Fapesp: Roedores transgênicos produzem proteína humana responsável pela coagulação do sangue

Proteína poderá se transformar em um produto mais barato e mais facilmente disponível

sex, 02/12/2005 - 19h41 | Do Portal do Governo

Produzir vacas e cabras que possuam no leite a proteína humana responsável pela coagulação do sangue, chamada de fator IX, vai representar um grande avanço para os portadores de hemofilia. Ao ser isolada do leite, essa proteína poderá se transformar em um produto mais barato e mais facilmente disponível para os doentes que hoje controlam a doença com medicamentos derivados do sangue de doadores sadios.

A hemofilia é uma doença genética caracterizada por problemas na coagulação do sangue e sem o fator IX, os pacientes podem ter hemorragia em qualquer corte na pele, por exemplo. Os estudos para essa nova possibilidade de tratamento da hemofilia foram iniciados por meio de uma parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Empregando recursos da biologia molecular, os pesquisadores dessas duas instituições estão trabalhando para desenvolver vacas e cabras geneticamente modificadas capazes de produzir o fator XI no leite. O primeiro passo para criar essas “biofábricas” foi desenvolver na Unifesp uma linhagem de camundongos transgênicos que possuem em seu código genético o gene codificador dessa proteína humana.

Amostras do leite dos roedores transgênicos contendo a proteína da coagulação estão sendo avaliadas por uma equipe do Hospital de Apoio de Brasília. “Nós estamos coletando o sangue de pacientes portadores de hemofilia para avaliar in vitro o efeito de coagulação e compará-lo aos produtos comercializados hoje”, afirma o pesquisador Elíbio Rech, coordenador do projeto na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

“Em seguida, vamos partir para aprodução de um bovino transgênico. Como já dominamos essa tecnologia, nossa expectativa é conseguir produzir um animal com o gene humano do fator IX até 2007”, diz o cientista. A criação dos camundongos geneticamente modificados, pontapé inicial da pesquisa, foi feita há cerca de um ano.

Os trabalhos foram coordenados pelo químico João Bosco Pesquero, vice-diretor do Centro de Desenvolvimento de Modelos Experimentais em Medicina e Biologia (Cedeme)da Unifesp, e contaram com as participações do professor Luiz Eugênio Araújo de Moraes Mello, diretor-geral do centro, da bióloga Heloisa Allegro Baptista, responsável pelo laboratório de animais transgênicos, e da biomédica Fabiana Louise Teixeira Motta.

Yuri Vasconcelos – Agência Fapesp

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