Fapesp: Rede vai impulsionar estudo de datação de rochas e potencial de campos petrolíferos

Da Agência Fapesp

ter, 01/03/2005 - 19h46 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo (USP) ganhará, a partir de 2006, um laboratório com fôlego para transformar o panorama da pesquisa em geologia no país. Com financiamento da Petrobras e da Fapesp, o Instituto de Geociências da USP encomendou à Austrália uma microssonda iônica de alta resolução, equipamento capaz de fazer datações pontuais em um único cristal de minerais, além de determinar a idade de processos geológicos de forma mais rápida e precisa do que a tecnologia disponível. Conhecida como Shrimp (abreviatura de Sensitive High Resolution Ion Micro Probe), a microssonda será instalada num laboratório de 800 metros quadrados no campus da USP.

Hoje as pesquisas no país em geocronologia (estudo da idade de rochas e eventos geológicos) e geologia de isótopos (estudo da composição do material para determinar sua origem) dependem de processos demorados em laboratórios superlimpos, onde são feitas a dissolução química de grãos de minerais, rochas ou de material sedimentar e a conseqüente análise da composição de isótopos. E o que se obtém, em alguns casos, é uma média de idade do material, composto ao longo de eventos que demoraram milênios para acontecer. Quando se pretende fazer datações de fases individuais de crescimento dos cristais, a opção é mandar o material para análise em outros países – estima-se que US$ 200 mil por ano sejam gastos com o uso de microssondas desse tipo no exterior. Só existem dez desses equipamentos no mundo. O da USP será o primeiro na América Latina.

A aquisição terá um impacto ainda maior porque a Petrobras, em parceria com os ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e o Serviço Geológico Nacional, decidiu aproveitar a iniciativa e ampliar investimentos na pesquisa de datações geológicas e de análises isotópicas. Está comprando outros três equipamentos, com tecnologia diferente do Shrimp (usa raios laser em vez de feixe de oxigênio). Eles permitirão análises de um espectro maior de materiais, embora não produzam resultados precisos como a microssonda. Conhecidos como ICP/MS (espectrômetros de massa com fonte de plasma e sistemas de multicoletores e de ablação a laser), serão doados às universidades de Brasília, Federal do Rio Grande do Sul e Federal do Pará.

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Fabrício Marques – Agência Fapesp