Fapesp: Rede ibero-americana desenvolve índices para avaliar percepção pública do conhecimento cient

Pesquisa foi realizada entre fins de 2002 e começo de 2003

ter, 06/01/2004 - 19h00 | Do Portal do Governo

Seria temerário estender para o conjunto das populações da Argentina, do Brasil, da Espanha e do Uruguai as recentes conclusões de uma pesquisa inovadora sobre percepção pública da ciência, realizada nesses países entre fins de 2002 e começo de 2003, porque, em termos estatísticos, as amostras utilizadas para o trabalho são pouco representativas desse universo.

Mas elas oferecem certamente indicações preciosas sobre o imaginário social a respeito de ciência e tecnologia nesses países ibero-americanos. E mais: dá pistas importantes sobre o grau de compreensão relativamente a determinados tópicos do conhecimento científico e tecnológico, sobre o consumo de informação científica nessas sociedades e sobre a efetiva participação de seus cidadãos nos movimentos e debates em torno de temas controversos de ciência e tecnologia.

Dessa forma, mantendo-se a ressalva de que a informação apresentada tem ‘um caráter indicativo provisório’, como o fazem explicitamente, aliás, os coordenadores da pesquisa, pode-se dizer, por exemplo, que no imaginário social dos países estudados prevalece uma imagem tríplice da ciência como epopéia de ‘grandes descobertas’, como condição de ‘avanço técnico’ e como fonte de ‘melhoria da vida humana’.

E num outro exemplo, relativo à informação sobre ciência e tecnologia, é interessante constatar que, repetindo o que se registra na prática internacional dessas pesquisas, a grande maioria das pessoas ouvidas considera-se ‘pouco informada’ ou ‘nada informada’, o que de resto é coerente com sua revelação de que só ocasionalmente consome informação científica em televisão, jornais ou revistas especializadas.

Aliás, considerados os resultados da pesquisa, há uma confiança muito grande por parte do público nos cientistas como fonte de determinadas informações (sobre energia nucleare biotecnologia), enquanto os jornalistas gozam nesse campo de credibilidade extremamente escassa.

Claudia Izique e Mariluce Moura – Agência Fapesp

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