Fapesp: Rede de pomares experimentais testa variedades de citros mais resistentes a doenças

Nos pomares há amostras de 751 híbridos desenvolvidos recentemente pelos pesquisadores do centro

qui, 04/03/2004 - 17h08 | Do Portal do Governo

Desde o mês passado, a busca por pés de laranja mais resistentes às principais doenças que assolam a citricultura nacional conta com uma rede de novos aliados. Num trabalho que literalmente fincou raízes em seis localidades da região Sudeste, agrônomos e técnicos do Centro de Citricultura Sylvio Moreira – unidade de pesquisa ligada ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), situada na cidade paulista de Cordeirópolis – terminaram em janeiro de assentar as últimas mudas que compõem um conjunto de 12 mil plantas muito especiais.

Nesses pomares experimentais, localizados em terras pertencentes a quatro municípios paulistas (Araraquara, Botucatu, Itapetininga e Cordeirópolis), um de Minas Gerais (Comendador Gomes) e um do Paraná (Maringá), há amostras de 751 híbridos desenvolvidos recentemente pelos pesquisadores do centro.

Todos os 751 híbridos passaram por um período de testes preliminares em casas de vegetação, um ambiente mais controlado do que os pomares abertos para onde foram transferidos. Apenas os que se mostraram mais promissores acabaram sendo selecionados para compor a rede experimental montada pelo centro.

Base da citricultura paulista, onde representa cerca de 45% dos cerca de 200 milhões de árvores plantadas, a laranja-pêra é facilmente atacada pelo cancro cítrico, amarelinho e leprose, doenças que não conseguem se desenvolver plenamente na tangerina. Desse casamento entre opostos, nasceram 311 híbridos distintos. Apesar de ‘filhos’ da mesma família, cada híbrido de laranja-pêra e tangor Murcott apresenta um genótipo ligeiramente distinto do encontrado em seus ‘irmãos’.

Os pesquisadores geraram 97 mil fragmentos de genes ativos de laranja e 12.700 de tangerina. Quando houver mais informações sobre o genoma dos citros, aí sim a criação de variedades transgênicas, modificadas com genes desse mesmo grupo de plantas, deverá entrar em pauta.

Da Revista Pesquisa Fapesp