Fapesp: Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas já tem mais de 330 projetos

Projeto que possibilitou a produção do hormônio de crescimento no país é um dos resultados do PIPE

ter, 20/07/2004 - 12h40 | Do Portal do Governo

O Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE), iniciativa inédita no país implementada pela FAPESP em 1997, ultrapassou a marca dos 330 projetos. Ao longo deste período, a Fundação investiu R$ 55,1 milhões na pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos em ambiente empresarial e no financiamento de bolsas para pesquisadores envolvidos no empreendimento. Os recursos do PIPE permitiram a criação e consolidação de 287 empresas em 63 municípios do Estado de São Paulo.

Os resultados alcançados estimularam a Fundação a ampliar os recursos para o programa. Os limites de financiamento da Fase 1 – período em que se verifica o caráter inovador do projeto, a metodologia e o potencial comercial do novo produto – passaram de R$ 75 mil para até R$ 100 mil. Na segunda fase, de desenvolvimento do projeto propriamente dito, o apoio saltou de R$ 300 mil para até R$ 400 mil.

Um exemplo emblemático do sucesso do programa é o da Hormogen Biotecnologia, constituída por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e pioneira na produção do hormônio do crescimento (hGH) no país. O Pipe patrocinou o desenvolvimento do medicamento até a produção-piloto, atraindo o interesse do mercado. Em 2002, o controle acionário da Hormogen foi adquirido pela indústria farmacêutica nacional Biolab-Sanus, que planeja iniciar a produção do hGH em 2005. A meta é conquistar, em um estágio inicial, 10% do mercado nacional de 1 milhão de doses com preço 20% inferior ao similar importado.

O caso da Hormogen descreve perfeitamente a trajetória projetada para o programa: a de análise de viabilidade técnica da idéia e a do desenvolvimento efetivo da pesquisa – ambas apoiadas pela FAPESP – e a, terceira, de desenvolvimento de novos produtos, sob auspício de parceiro privado.

‘Foi o programa mais ousado da FAPESP. Demonstra de forma paradigmática o compromisso da Fundação com a inovação tecnológica no Estado de São Paulo’, avalia José Fernando Perez, diretor científico da Fundação.O PIPE inspirou-se no Small Business Inovation Resource (SBIR), programa mantido com 2,5% do orçamento das agências governamentais norte-americanas, com orçamento superior a US$ 100 milhões.

A sugestão visionária, de criar um programa semelhante em São Paulo, foi de Alcir José Monticelli, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Conselho Superior da FAPESP, falecido em 2001. À época, Monticelli era assessor direto da diretoria científica. Em 1996 ele analisava dois projetos de inovação tecnológica em pequenas empresas que lhe foram encaminhados pela National Science Foundation (NSF).

Clique aqui para ler todo o texto da reportagem da edição 101 de Pesquisa FAPESP.

(LRK)