Fapesp: Produção antecipada de enzimas reduz os perigos da saída da hibernação

Biólogos explicam como répteis e anfíbios resistem à brutal transformação por que passam ao sair da hibernação

ter, 11/05/2004 - 15h12 | Do Portal do Governo

Biólogos de Brasília conseguiram explicar como répteis e anfíbios resistem à brutal transformação por que passam ao sair da hibernação, após muitas semanas vivendo congelados. É um momento delicado. Os animais descongelam em poucas horas, acompanhando o aumento da temperatura, que sobe de alguns graus negativos para cerca de 20º Celsius (C). O oxigênio volta a circular pelo corpo, mas em quantidades elevadas, e gera formas muito reativas, os radicais livres, prejudiciais ao organismo.

Marcelo Hermes-Lima e sua equipe da Universidade de Brasília (UnB) descobriram que os animais se preparam durante a hibernação de modo a reduzir os prejuízos causados pelo excesso momentâneo de radicais livres. Mesmo congelado, funcionando num ritmo lento, o organismo de algumas espécies de sapos, tartarugas, cobras e moluscos produz e armazena enzimas antioxidantes, em especial a catalase, o superóximo dismutase e a glutationa peroxidase, que desfazem compostos como o peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ), formados em abundância em conseqüência da enxurrada de oxigênio. As pesquisas que explicam a tolerância ao frio extremo ou à falta de oxigênio estão ajudando a aperfeiçoar as técnicas de conservação de órgãos, que ainda têm de ser transplantados em poucas horas, após serem, retirados do doador, para evitar a morte dos tecidos.

Os seres humanos passam por uma situação semelhante à de um sapo que descongela no fim da hibernação, quando a circulação sangüínea do coração ou do cérebro fica obstruída momentaneamente. Com a volta do oxigênio, há um risco alto de surgirem radicais livres em excesso e danos graves durante um infarto ou um derrame. ‘O organismo humano faz o possível para se defender dos radicais livres, mas não contamos com uma resposta antecipada, como outros animais’, diz Hermes-Lima.

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